segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Programação do mês no Sesc Boulevard | Outubro 2013 | Entrada Franca


OFICINA DE FOTOGRAFIA DOCUMENTAL - GUY VELOSO

“Do Poético ao Prático”
Oficina de Fotografia Documental, com Guy Veloso
no Fórum Landi, das 19h às 22h no período de 02 a 05 de outubro.
30 vagas e investimento de R$ 200,  
Inscrições na Fotoativa, Travessa Frutuoso Guimarães, número 615, entre General Gurjão e Riachuelo, no bairro da Campina. Contatos podem ser feitos pelo número (91) 3225-2754 ou através do e-mail a.fotoativa@gmail.com.




Outubro está a porta e a Fotoativa, a pedidos, realiza a oficina “Do Poético ao Prático”, com Guy Veloso. Focada na fotografia documental, a atividade possibilita a análise de um projeto temático de média ou longa duração, desde a sua concepção, dentro dessa modalidade fotográfica.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Festival Amazônia Mapping - Belém recebe o primeiro festival de videomapping da Amazônia

Arte e tecnologia

Belém recebe o 1º festival de videomappping do Norte do Brasil
Festival Amazônia Mapping traz oficinas gratuitas dos maiores artistas em mapping do país.

Programação inclui ainda shows com parcerias entre músicos e produtores multimídias.


O inédito Festival Amazônia Mapping (FAM) traz a alta tecnologia em projeções que ocupam a arquitetura do centro histórico de Belém até outubro. A programação do festival, que começou esta semana, promove três oficinas com os maiores nomes do videomapping do país e traz espetáculos de projeção e performances musicais ao Complexo Feliz Lusitânia, na Cidade Velha.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

“Faca na Garganta” no Cine Líbero

“Faca na Garganta”, clássico exploitation de Jack Hill, na Sessão Maldita   


Obra transgressora do diretor norte-americano é exibida em sessão única no Cine Líbero Luxardo em parceria com a APJCC
 



Faca na Garganta
Título original: Switchblade Sisters | Direção: Jack Hill | Roteiro: Jack Hill, F.X. Maier e John Prizer | Gênero:  Ação | Ano: 1975 |  País: Estados Unidos |  Elenco: Asher Brauner, Chase Newhart, Joanne Nail, Marlene Clark, Monica Gayle e Robbie Lee |  Trilha sonora:  Medusa e Les Baxter | Produção: John Prizer, Jeff Begun e Frank Moreno | Fotografia: Stephen M. Katz| Cor: Preto e branco e colorido | Duração: 91 min. |  Classificação etária: 18  anos



Sinopse: Os Silver Daggers são uma gangue de arruaceiros que possuí uma facção totalmente formada por mulheres, as perigosas Dagger Debs. Juntos os dois grupos aterrorizam a vizinhança local mas a chegada da novata Maggie e a rivalidade com outra gangue de rua podem azedar a harmonia reinante.



SEXTA, dia 27 de setembro de 2013
às 21h30

ENTRADA FRANCA

O Cine Líbero Luxardo dispõe de 82 lugares, com espaços para cadeirantes


Realização: Governo do Estado do Pará | Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves
Parceria: Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema  (APJCC)
Curadoria: Aerton Martins

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Cine Líbero Luxardo
Endereço: Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves
Av. Gentil Bittencourt, 650, Nazaré, Belém, Pará | Contatos: (91) 32024321 | cinelibero@gmail.com

Curso EAD - Acessibilidade em ambientes culturais

ABERTAS INSCRIÇÕES PARA AS PRIMEIRAS TURMAS DO CURSO EAD ACESSIBILIDADE EM AMBIENTES CULTURAIS

Este curso procura ampliar o debate, fomentar a difusão e promover a capacitação sobre o tema da acessibilidade em ambientes culturais e inclusão social em Instituições Culturais em âmbito nacional. O Programa visa promover a capacitação na área de acessibilidade em ambientes culturais por meio do ensino a distância para discussão, difusão e pesquisa em âmbito acadêmico e comunitário, bem como para servir de referência à produção intelectual e ao futuro desenvolvimento de projetos culturais que contemplem acessibilidade aos espaços físicos, à informação e ao patrimônio.
O curso tem duração total de 40 horas, tendo acompanhamento EAD pelaPlataforma Moodle durante três semanas. São marcados dois períodos semanais de acompanhamento online por professor do curso. As demais atividades são desenvolvidas a distância. Ao término do curso é fornecido atestado de participação. Para os alunos que desejarem certificado de participação, este pode ser solicitado mediante o pagamento da taxa de R$ 4,00 (quatro reais) pelo Portal da Extensão.
As primeiras turmas ocorrerão de 07/10 à 21/10 e as inscrições devem ser feitas encaminhado a ficha de inscrição abaixo preenchida para o emailacessibilidadecultural.ufrgs@gmail.com até o dia 05/10.

Palestra de Glória Ferreira em Belém no IAP


Instituto de Artes do Pará
Gerência de Artes Plásticas e Audiovisuais
Praça Justo Chermont, 236 (Ao lado da Basílica de Nazaré)
66035-140 / Belém - Pará
(91) 4006-2904/2910/2911

Oficina Prorrogada: Michel Pinho ministra o curso “A mercê da memória” neste fim de semana

Foto | Irene Almeida
Qual a função de cada um na preservação do patrimônio histórico, material e imaterial, da sua cidade? Quem sabe registrar imagens como uma forma de perpetuar a existência seja uma maneira de agir. O curso “”A mercê da memória”, que a Fotoativa oferece, é ministrado pelo historiador e fotografo Michel Pinho tendo como um dos principais objetivos instigar o público a fazer seus registros do patrimônio de Belém.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Rock in Rio 2013: relato de uma sobrevivente – 22/09/2013


Neste domingo, tive uma das experiências mais marcantes de minha vida. Um dia no Rock in Rio 2013. Minha intenção era simples e objetiva: ver (de perto) o show do Iron Maiden, banda trilha sonora de minha adolescência. Mas, com 85 mil ingressos vendidos em menos de 10 horas, imaginar o caos não era tão difícil.
Decidimos (fui em família ao show, com irmã, prima e cunhado) chegar antes dos portões abrirem e ‘acampar’ na frente do palco Mundo, onde seria o show. Para isso, chegamos antes das 12h e já encontramos uma espécie de fila/multidão aglomerada na frente dos portões, que só abririam às 14h. Era um sol infernal, calor e euforia para todos os lados. As pessoas ali estavam tão ansiosas que antes das 13h já estavam todos de pé, juntinhos, apreciando os portões fechados. Nós ali, da mesma maneira, guardávamos nosso lugar na ‘fila’ como quem cuida de uma criança.
Salvos pela sombra da bandeira do Barcelona de minha prima, que mais tarde fora engolida pela multidão, sobrevivemos ao início da jornada. 14h e os portões finalmente se abriram. Todos se aglomerando mais e mais enquanto 3 seguranças faziam a revista inicial, o que tornava a entrada muito mais lenta do que o necessário.
Uma procissão, a passos de formiga, caminhava até as catracas que finalmente nos liberariam para o tão desejado lugar na grade. Logo depois deste ponto, 100 metros rasos! A grande maioria, coincidentemente, corria em direção à mesma grade de nosso desejo.  Depois de correr metade do caminho e rastejar o restante, cheguei ao nosso destino onde minha irmã e prima já iniciavam nosso acampamento.
Tínhamos o nosso kit de sobrevivência, com panos para estender no chão demarcando território, barras de cereal de todos os sabores, garrafas de água, protetor solar, óculos escuros e a bandeira do Barcelona de cobertura. Eram 15:30h e o primeiro show iniciaria às 18:30h.
 Sol. Calor. Tédio. O tempo nesses momentos parece brincar com a sua paciência. 17h. As pessoas já são tantas em frente ao palco mundo que já não era possível continuarmos sentados. A maré de gente começava a subir rapidamente e a ansiedade coletiva nos colocava cada vez mais apertados em um pequeno espaço.
 18:30h e começa o primeiro show. Uma banda da qual nunca ouvi falar, mas que toca bem e ganhou todo o meu respeito ao levar o Paul Di’Anno para cantar Ramones. Nesse momento senti pela primeira vez que aquele esforço insano valeria à pena. O mar de gente, apesar de dividido entre os dois palcos (palco Mundo e Sunset), já se movimentava como um organismo vivo, pulsante. Os movimentos eram tão intensos que nesse momento fomos separados pela correnteza. Ficamos eu, minha prima e o mar.
O primeiro show termina e 1h de espera nos faz relembrar das dores e cansaços obtidos naquelas primeiras 7h de Rock in Rio. O sol finalmente ameniza e o Slayer sobe ao palco. Nesse momento abro um parênteses para deixar claro que, admiro a banda, mas ao contrário de muitos amigos, não me derreto de amores por eles.
Eu estava ali por um objetivo único; Iron Maiden. Inclusive, por não querer perder meu lugar na grade, não pude assistir o show do sepultura e Zé Ramalho no palco Sunset ou mesmo o do Helloween. Mas missão dada é missão cumprida. E me mantive ali firme, mesmo durante o Slayer, com rodas e rodas se abrindo e uma correnteza bem mais intensa que antes.
O show acaba, mais 1h de espera. Maldita espera que me fazia repensar meus motivos de estar ali, com dor na coluna, sede, fome, calor, desconforto, cansaço.
Então mais um show; outra banda que nunca vi mais gorda. Uma espécie de trash/heavy/hard/emo. Em meu ‘pré-conceito’ interpretei como uma banda formada para fins lucrativos, com meninos bonitinhos e cenário bem produzido. Um grupo de pessoas próximas de mim começaram a cantar “Sad but True” do Metallica durante uma música daquela banda, parecia se encaixar perfeitamente na sua melodia.
Foi um momento mais tranqüilo, onde pude respirar melhor e até conversar para passar o tempo. Finalmente o show acaba e mais 1h infame de espera e teste de persistência.
00h. Palco montado. O Eddie (espécie de mascote da banda) já estava estampado na bandeira ao fundo. E eles surgem! Todas as pessoas gritam em coro. Estão todas voltadas para aquele palco. Cada refrão parecia ter sido ensaiado com todos.

 A sensação de ter feito parte desse momento é inexplicável. O lugar era absurdamente desconfortável. 10, 20, 30 pessoas passaram por mim até a grade para serem socorridas pelos paramédicos. O calor era inacreditável. Mas a pressão de todos os lados já não incomodava tanto, parecia que me tornara parte daquele corpo gigante de pessoas cantando em coro “Fear of The Dark”. Eu sei que não parece apropriado para um show de heavy metal, mas admito que chorei. Minha emoção era uma mistura de euforia em ver a banda, êxtase em conseguir meu objetivo, transe coletivo, saudosismo, fascínio. Em um ambiente absurdamente inóspito pude sentir um prazer incomparável. Eles ali, bem na minha frente, em uma de suas melhores performances, enquanto eu assistia a tudo. Eu e mais 85 mil que por uma noite formamos um só ser.



terça-feira, 24 de setembro de 2013

8º FESTIVAL SE RASGUM DIVULGA PRIMEIRAS ATRAÇÕES

8º FESTIVAL SE RASGUM DIVULGA PRIMEIRAS ATRAÇÕES


Tom Zé, Jards Macalé, Tulipa Ruiz, Mukeka Di Rato e Los Peyotes são as primeiras confirmações da oitava edição do Festival, de 11 a 16 de novembro, no Hangar, Gasômetro e Estação das Docas

Apostando em um novo formato, o Festival Se Rasgum parte para a oitava edição e anuncia as primeiras atrações de fora. Tom Zé, Jards Macalé, Tulipa Ruiz, Mukeka Di Rato e a argentina Los Peyotes foram os nomes anunciados durante as Seletivas Se Rasgum, realizada na noite de 21 de setembro, em que também foram escolhidas (por jurados e pelo público) quatro bandas locais para se apresentar na programação: Projeto Secreto Macacos, Som de Pau Oco, Arthur Espíndola e All Still Burns. A oitava edição do Festival tem o patrocínio da Petrobras e conta com o apoio da Secult e tem a Draft como cervejaria oficial.

sábado, 21 de setembro de 2013

Mostra retrospectiva Mikio Naruse no Cine Líbero Luxardo | 25 a 29 de Setembro de 2013

Cine Líbero Luxardo exibe mostra retrospectiva do diretor japonês Mikio Naruse em parceria com o  Escritório Consular do Japão

Festival de Cinema Japonês Mikio Naruse integra a 26ª Semana do Japão, em comemoração ao dia da imigração japonesa no Pará

De 25 a 29 de setembro, os amantes do cinema japonês têm uma programação imperdível no Cine Líbero Luxardo. A sala receberá a raríssima Retrospectiva Mikio Naruse. A mostra é promovida pelo Consulado do Japão, em parceira com a Fcptn, e traz 10 filmes do diretor nipônico vindos diretamente de Tóquio, todos em cópias 35mm, legendadas em português. Uma rara oportunidade aos amantes do cinema clássico japonês.

Juntamente com Akira Kurosawa, Yazujiro Ozu e Kenji Mizoguchi, Mikio Naruse é um dos mais importantes cineastas japoneses - ainda que, no Ocidente, seu trabalho tenha menos alcance que o dos outros três. Diretor, produtor e roteirista, realizou cerca de 90 filmes no período entre 1930 e 1967. É conhecido por retratar os problemas sociais de sua época, os dramas das relações interfamiliares e o choque entre o Japão moderno e antigo, geralmente com ênfase em protagonistas femininas. Naruse era um observador mordaz das dificuldades financeiras dentro do núcleo familiar.

Considerado pessimista, Naruse era tímido e de poucas palavras. Muitas vezes seus filmes eram lentos, buscando enfatizar o drama do dia a dia do povo japonês, dando espaço para seus atores retratar nuances psicológicas em cada olhar, gesto e movimento. Seus roteiros eram simples, com o mínimo de diálogos, suas produções geralmente eram de baixo orçamento. Segundo Kurosawa, o estilo de Naruse era “como um grande rio, de superfície calma, mas com uma correnteza feroz no fundo.”

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Cine Estação das Docas apresenta "A Visitante Francesa"

NESTE DOMINGO, matinal às 10h sessões noturnas às 18h e 20h30:



A VISITANTE FRANCESA
      90 min. 2012. Coréia do Sul. Cor. 12 anos.

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Anne (Isabelle Huppert) é uma mulher francesa que está em uma pequena cidade na Coreia do Sul. Lá, ao visitar uma praia, conhece um empolgado salva-vidas (Yu Jun-sang), que tenta conquistá-la. Pouco tempo depois outras duas mulheres francesas, ambas chamadas Anne, chegam ao local e lidam com os mesmos personagens.

No Cine Estação das Docas
22/09 (domingo), às 10h, 18h e 20h30
29/09 (domingo), às 10h, 18h e 20h30

Ingressos: R$ 8,00 (com meia-entrada para estudantes). 


Trailer  

Realização: OS Pará 2000, Secretaria de Estado de Cultura – Secult e Governo do Estado.

Amazônia - lugar da experiência




"Olhar para a Amazônia sempre foi uma necessidade premente para mim. Da tentativa de entender como sua história e particularidades são acionadas na produção artística e geram obras que, ao partir do local, ativam questões que ultrapassam regionalismos, nasceu esse projeto: uma coleção de arte produzida a partir da experiência de estar na Amazônia.

O Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça / Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais 2010 da Fundação Nacional de Artes surgiu como a possibilidade de dar forma à Coleção Amazoniana de Arte da Universidade Federal do Pará, compilando obras significativas a partir de experiências diversificadas de artistas que se permitiram adentrar na região e vivê-la em suas diferenças, dialogando com tanto com o vernacular, quanto com referências sedimentadas na história da arte, ao tratarem de temas que concernem a experiência humana, ganhando dimensão universal.Longe de se estabelecer em um colecionismo, ou como um “gabinete de curiosidades”, como o nome pode sugerir, esta coleção se distingue por não desejar agregar todos e quaisquer procedimentos artísticos constituídos na Amazônia, mas aqueles em que os artistas, provenientes ou não da região, se deixaram atingir pela força e pela dimensão desse lugar, projetando suas vivências em forma de arte. (...)"

Mais informações: http://www.vaibelem.com.br/vibe/id/59


coisas...


Exposição Fotográfica Liz Babeth Taylor

Liz Babeth Taylor, mostra de fotografias, no hall Benedito Monteiro, do Centur. A visitação vai até 30/9, com entrada franca.
A iniciativa tem apoio do Governo do Estado por meio da Fundação Cultural do Pará, e da Prefeitura de Belém e Fundação Cultural do Município de Belém. 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Dinâmica de bruto - blog


O que aconteceu com você nas últimas semanas?
Andei com a cabeça zuada por causa desse gigante. O pessoal do cara-a-cara me cobrou uma opinião sobre tudo, inclusive de forma hostil. Metade dos membros do jogo é militante e, como você sabe, a militância tem uma ingerência intrinsecamente psicótica.
Não entendi o palavrório. Você pode ser mais claro? 
Esse foi o momento histórico do Brasil onde todos cobraram uma posição política severa diante dos eventos. Sou o único cara do tabuleiro que usa um chapéu de autoridade e estou pagando por isso. Mas veja bem, eu mal consigo ser militante de mim mesmo, da minha ‘persona’, da minha subjetividade. Raramente compareço nas reuniões de mim mesmo, acho bem chatas, na verdade. Te confesso que o meu Ivo Holanda interior deu um golpe de estado.
As pessoas estão se levando muito a sério?
A última moda em Paris é o dedo na cara: dizer que toda militância é fanática, toda ironia é cínica e toda ponderação é covardia. Será? O ser humano antes de tudo é um centro de indeterminação. Essa zona de indeterminação fica ali, virgenzinha, esperando ser aliciada. Quem alicia são as imagens, sempre as imagens, manipuladas pela linguagem mais agressiva de coerção da vida: a audiovisual. Afinal, era uma guerra de ideias ou uma guerra de imagens? O homem reduzido à imaginação pensa com o senso comum. Seremos sempre passivos enquanto formos modificados somente pelas paixões suscitadas nas imagens. Não se pensa através das paixões.
Existe um jeito certo de pensar?
Afastado das representações, dos modelos e dos esquemas. Enquanto o homem não sair da tutela, estará sempre servindo a algum tipo de representação. Se há algo em comum entre nós é o atolamento afetivo oriundo dessa rede de contaminação, oficializada pelos órgãos de tutela. Há disponíveis no mercado alguns planos de conduta feitos sob medida para o cidadão, que começa a chiar quando suas demandas não são atendidas. Amiúde são demandas falsificadas por serem representações, não há nada ali que foi fabricado em sua mente e ativada pelo seu corpo. Quanto mais atolado em representações, mais o homem deseja reformas. Reformas tautológicas que fecham o ciclo vicioso de ressentimento. Seria muito mais interessante criar meios ao invés de reivindicar direitos.
Entendo. Seria a hora de uma tomada de consciência.
A consciência, por ser o Piscinão de Ramos da imaginação, é a maior traidora do pensamento, não passa de uma máquina de subtrair. O que a consciência faz é um recorte no fluxo da realidade, da forma mais violenta possível, para satisfazer necessidades de ordem prática, finalistas. Reducionista por natureza, captura apenas alguns efeitos dos encontros – imaginando sempre que os efeitos produzidos eram intencionais – e ainda sim fica alardeando seus prodígios: essa é a consciência. Pode isso, Arnaldo?
Eu ainda não consigo entender como se pensa sem representações e modelos. Isso me parece uma liberdade irresponsável com um revestimento intelectual fraudado.
Não consegue porque você é burro, cara. Que loucura…eu não consigo gravar isso aí que você fala porque você fala de uma maneira burra. Enquanto você não emancipar o pensamento da ideia de representação, será um eterno ressentido. Nossa vida social é carregada de ressentimento justamente porque não há uma canal aberto de experimentação real com os objetos do mundo. Estamos engessados em esquemas universais de comportamentos medíocres, entrando numa era nebulosa de biopoder. Você acha que essas manifestações não são reações completamente previsíveis e contornáveis? Os dispositivos de poder se encarregam de modular os movimentos sepulcrais da vida, incluindo os defeitos de fábrica. Só haverá pensamento quando a gente QUEBRAR nosso aparelho sensório-motor. A gente tem que ser vândalo é com a nossa ilusão de civilidade, consciência e subjetividade. Todas essas ficções são formas de congelamento do devir. A galera tem que tirar o devir do freezer.
‘Devir’ faz parte de uma nomenclatura filosófica. Você não acha que a filosofia está completamente descompassada de um mundo tão comprometido com o viés economicista de todas as atividades do homem?
Pois é, o problema taí. Temos a emergência da intencionalidade encruada. O intencional venceu o intensivo. O filósofo que eu mais admiro parte do princípio que a causa da natureza/deus existir é simplesmente se efetuar, se potencializar infinitamente. É uma premissa de sustentabilidade altamente arrojada e entendo quando olham com alguma desconfiança, afinal, o homem vive entoxicado por valores transcendentes, leis. A lei, seja estatal, moral ou divina, é uma ficção. Somos escravos da ilusão de um Bem e de uma linha de melhoramento existencial que invariavelmente desemboca em frustração. Mas esse filósofo que admiro parte da ideia de que não há uma instância legitimadora do pensamento, assim como também não há uma dívida com a natureza, nem com Deus. Não somos uma falta, uma carência. Somos um conteúdo sem lei prévia, todos fazemos parte de uma potência infinita. A vontade de potência é uma potência que se deseja potência, uma força geradora de si investindo em sua continuidade. Isso conduz à uma lógica de fabricação de si mesmo, uma autonomia do pensamento incompatível com a atmosfera autoritária que respiramos com docilidade quase canina. Mas fazer o quê? Tudo indica que o homem adora flutuar entre o castigo e a recompensa.
Isso é Spinoza??
Não, na verdade isso é do Zé Lelé, um filósofo brasileiro do séc XVIII completamente desconhecido do grande público. Ele escreveu um livro muito interessante chamadoArcadismo de Bolso. É melhor que a Ética do Spinoza porque é uma “filosofia moleque”.
Então Zé Lelé desqualificou o plano transcendente de valores, como Spinoza?
Com certeza. Zé Lelé dissecou o mise-en-scène clássico das sociedades rebaixadas, basicamente uma composição entre tiranos, escravos e padres. O escravo, sempre tomado pelas paixões e dependente do tirano para preservar seu estado de conservação impotente. O tirano, dono do poder, só triunfa se alimentando dessas paixões tristes. E o padre fica ali, lamentando os tiranos e os escravos. É um acordo tácito onde todos se merecem. Hoje, século XXI, temos a mesma tríade, com os civis, os oligarcas e os cientistas políticos de várzea.
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Tudo é um grande teatro, todos são cúmplices. Há algum escoamento interessante para descarregar as frustrações?
Por que você acha que o consumo de drogas aumenta exponencialmente? O Brasil é atualmente o maior consumidor de cocaína do planeta.  Mas essa é a droga oficialmente demoníaca, né? E o açuçar? O brasil só não inicia uma guerra civil porque tá todo mundo entupido de açucar no corpo. Repara isso, cara. A cada 50 metros, em qualquer cidade, tem uma loja de açucar. Uma loja de bola de gordura. Lojas que vendem comida ruim, doces, balas, refrigerante. Nunca ouviu uma pessoa confessando que come um bombom no final do dia pra ter uma alegria? Com pequenos venenos você controla uma nação. Aumenta o preço do trakinas de morango pra você ver o que acontece.
E ainda tem gente moralista com drogas..
Pois é, que piada. Isso é totalmente compreensível adotando o ponto de vista do poder. As drogas mexem com uma região intensiva do homem, que é criminalizada justamente por ser imprevisível, não controlável. Os caras tem medo de tudo que escape ao controle deles. E tem gente achando que é uma questão “humanista”. Ora, nosso sistema penal já deu todas as provas de sua conveniência com a dissimulação, tratando a norma como um ente abstrato dissociado da realidade e poupando os operadores jurídicos do mórbido sistema penal subterrâneo. A pergunta é: qual o bem jurídico que estamos ferindo usando drogas? A saúde pública? Beleza, vamos investigar esse monumento. A saúde pública é o somatório do funcionamento das instituições e dos corpos. Não há nada mais ofensivo à saúde pública que o combate às drogas! Graças ao nobre empreendimento, fica a impressão geral de que os pobres cometem mais crimes, quando na verdade eles apenas tem mais potencialidade para serem identificados como criminosos por uma polícia ignóbil e brutalizada. Tá tudo fôdido.
Não dá pra confiar nas leis?
HAHAHAHA. Matamos Deus, mas jamais daríamos conta de tanta liberdade, certo? Então vamos nos ajoelhar diante das leis! Note o percurso lúgubre dessa justaposição entre direito privado e direito público regendo, respectivamente, as relações entre particulares e a ação do poder público: do lado dos transcendentalistas (Rousseau,Kant e Hegel) forjou-se a ideia de poder invocar um sujeito coletivo transcendental, depositário da lei, a quem todos deviam prestar fidelidade de modo a impedir que qualquer um fosse submetido ao outro. A lei estava acima dos interesses privados de cada um.
Na concepção empírica do direito anglo-saxão, teorizada por Locke, o poder público só está ali para garantir a iniciativa privada e o livre jogo dos interesses particulares. Esse direito apresenta dois lados: a propriedade de si e a propriedade de bens (não se pode espoliar e degradar um cidadão em sua existência e em seus bens) isso tudo visa um estímulo ao acesso ao mercado e à livre concorrência. Essa enfoque na jurisprudência em detrimento da lei torna o liberalismo uma mentalidade que suscita a delinquencia.
Como assim? Isso me parece absurdo
A honestidade não é expressamente requerida, já que só a posteriori é verificado o livre acesso à concorrência e o caráter lícito da troca. Fica muito complicado prestar nossa deferência a esse monolito, que se inclina tão facilmente aos procedimentos e arranjos de quem tem bala na agulha. Percebe? A justiça se tornou um rentável business, onde as vítimas oportunas da class action se divertem como se estivessem num grande bingo de transatlântico.
Um transatlântico com show do Roberto Carlos, provavelmente
Exatamente. Lá nos EUA já chamam isso de jackpot justice. Eu vejo uma instrumentalização da justiça meio cafona nos últimos tempos. A própria esquerda em algumas partes do mundo tem feito uma gambiarra terrível nesse sentido. Trata-se de uma diferença pouco verificada pela adesão frouxa dos declaradamente esquerdistas, e diz respeito à diferença entre justiça comutativa e justiça distributiva. Enquanto a justiça comutativa supõe uma igualdade entre as pessoas processadas, a justiça distributiva preconiza uma distribuição conforme o peso social dos indivíduos: dar menos a quem tem mais e dar mais a quem tem menos. Comete desigualdades para restaurar a igualdade, o que pode ser chamado de equidade. Mas essa desigualdade produzida raramente resvala na plutocracia, geralmente sobra pra classe média mesmo. Quem se importa? Os efeitos indesejados também são tragados pelo pensamento dialético.
Então você é da direita? Você é um monstro direitista?
Você é burro, cara? Que loucura…eu não consigo gravar isso aí que você fala porque você fala de uma maneira burra. Acho a direita abjeta, mas mesmo eu, que fui curtido na manjedoura da esquerda, tenho que fazer um exame de consciência e compreender a perfídia do pensamento dialético. Os caras tiram proveito do sim e do não, sempre. O negócio é de uma flexibilidade monstruosa, porra. Suponhamos que eu implemente uma política de diminuição da violência. Se a violência diminuir eu me gabo de ser o responsável pela pacificação do país, é claro. Mas se o resultado for uma aumento da violência, eu tiro proveito político da mesma forma. Seja fomentando uma mentalidade revolucionária onde eu possa reverter a polaridade e conduzir ideologicamente a meu favor ou até mesmo criando um estado policial justificado pelo aumento da violência que eu mesmo insuflei. A língua dupla está no coração de todo e qualquer movimento revolucionário.
Só do movimento revolucionário? 
Claro que não. A língua dupla está no coração do processo político há milênios. Por exemplo, no Brasil, em 1870, foi lançado o Manifesto Republicano no Estado de São Paulo. Esse manifesto usa da palavra democracia e expressões relacionadas – como liberdades democráticas, princípios democráticos – 28 vezes. É de tirar o cu da bunda, né não? A engenharia do processo eleitoral é sempre a mesma: nunca dar poder ao povo, apenas a aparência de poder. De preferência uma aparência festiva, alegre, fazê-lo acreditar que tem participação política através das eleições. É preciso que o povo se sinta participante e não espectador no teatro político. Mas é teatro, sempre.
E o Lula? Ele abalou as estruturas do poder?
Que nada, ele jogou bonitinho o jogo das oligarquias. Foi o populista mais eficiente da história do país. Tratou seus filhos com carinho, deu os presentes que eles queriam, mas nunca deu a educação sólida e necessária que as pessoas tomem suas decisões no futuro. É um falso pai, já que o verdadeiro pai existe para desaparecer. O populismo engendra uma população satisfeita, porém num estado de perpétua menoridade. É impossivel não se comover com os efeitos dos programas sociais: gente comendo, estudando, comprando. São os efeitos mais visíveis e nos apaixonamos, com razão, por esses efeitos. Doravante o conluio podre entre política, indústria e sistema financeiro continua irretocável. Devemos, numa pespectiva humilde, comemorar o novo Brasil? Parcialmente, acredito. Lula ampliou o desejo burguês aumentando o consumo, mas esse aquecimento da economia libidinal também pode provocar muito falta, desespero e precariedade a médio prazo. Mas a coisa mais elementar, e que a gente esquece, é que política = poder. E o compromisso do poder supera, e muito, as ideologias delirantes dos ‘homens de bem’. Os deputados e senadores, eleitos pelo povo, são ditos seus representantes ou mandatários. Sob hipótese alguma o mandante deve obedecer ao mandatário. Pelo fato do Brasil ser um país de mentalidade escravocrata altamente introjetada, fica a sensação de que o povo só tem o direito de manifestar a sua vontade quando autorizado pelos mandatários que escolheu. Ou seja, justamente o contrário de uma democracia. Bizarro, não? Resumo da ópera: poder e política só servem ao mote inconfessável de todo o progresso da humanidade.
Qual é? 
Comer cu.
Eu sinceramente acho que você queimou seu filme com uma vulgaridade tão infantiloide. Você tem a última chance de se salvar propondo uma solução para todos os nossos problemas. 
Eu tenho sim, chama-se APATIA SINCRONIZADA. Quer vir comigo?
HEY HO LETS GO!


Fica a dica: http://dinamicadebruto.wordpress.com/page/2/


Paço Criança: experimentações com desenho | 14.09 (sábado), às 14h30 | Grátis


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

LESERBRIEF....Lucia Gomes

Novo trabalho de Lúcia Gomes. 








Leserbrief

Hallo liebe Leserin/Leser,

für künstlerische Fotografien suche ich lesende Frauen, die sich für das Kunstalbum freiwillig zur Verfügung stellen. Das Ziel für die kommende Fotoserien und ggf. Kunstausstellung ist, Menschen für das Lesen zu begeistern. Für Kontakte würde ich mich freuen: lucia.gomes@bluewin.ch oder +41 (79) 826 89 29



Convidamos mulheres leitoras para posarem voluntariamente para o meu trabalho "Leserbrief" Carta do Leitor.
Ensaio fotográfico em preto e branco/ digital que iniciei em 2011.
Contatos pelo email lucia.gomes@bluewin.ch


Mais informações:

http://gomeszinggelerlucia.blogspot.ch/2013/08/leserbrief.html