sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Gang do Eletro agita Carnaval paraense

Gang do Eletro agita Carnaval paraense
Grupo se apresenta em Magalhães Barata, Santa Luzia e Ananindeua

Foto | Taiana Laiun
O eletromelody da Gang do Eletro agita o Carnaval paraense numa sequência de shows que começa neste domingo e segue até a terça-feira gorda. O grupo é atração nesse domingo (dia 2) no município de Magalhães Barata. Na segunda-feira (dia 3) faz a festa no Carnaluziense, em Santa Luzia, e na terça-feira (dia 4) puxa o bloco Chupa Limão, no Carnanindeua, em Ananindeua.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Oscar 2014 - 3º Parte



Último post sobre o Oscar 2014. A cerimônia ocorre neste domingo, então não pensei deixar de comentar os filmes restantes. De acordo com as cotações e premiações desta temporada, é possível que 12 Anos de Escravidão leve a estatueta de Melhor Filme, mas muito se sugere que Alfonso Cuarón, de Gravidade, leve a de Melhor Diretor. Quanto aos prêmios de atuação, temos: Melhor Ator para Matthew McConaughey, pelo Clube de Compras Dallas; Melhor Atriz para Cate Blanchett, por Blue Jasmine; Melhor Ator Coadjuvante para Jared Leto, pelo Clube de Compras Dallas; e Melhor Atriz Coadjuvante para Jennifer Lawrence, por Trapaça. Será?



01 – 12 Anos de Escravidão, de Steve McQueen: muito tem se falado a respeito do novo longa de McQueen, diretor do ótimo Shame, com Michael Fassbender. E não é à toa. Este longa surge com marcação política e declarada imprescindível para se entender uma história americana sem maquiagens, ainda recente, mas que durante muito tempo foi posta no silêncio.
 Chiwetel Ejiofor, o protagonista que já participou, dentre outros, de Filhos da Esperança (Cuarón), O Gângster (Riddley Scott), Coisas Belas e Sujas (Frears) e Melinda e Melinda (Woody Allen), vive Solomon Northup, homem livre e sequestrado para ser escravo no sul dos EUA. Ao lado dele, surgem as personagens de Lupita Nyong’o, Patsey, e de Michael Fassbender, o violento dono de terras Edwin Epps, além de outros com menores destaques.
Com um alto teor de violência, 12 Anos de Escravidão já faz parte do currículo escolar americano para se entender, visualmente, parte de uma história das populações escravizadas e negras, postas às margens dos direitos. Por sinal, em meio a toda a tragédia do filme, é possível detectar os princípios do jazz sendo criado pelos homens e mulheres escravizados durante as plantações nas lavouras e em condições sub-humanas.
Ainda que ocorra uma difícil sugestão de tempo (os 12 anos não ficam tão claros como deveriam) e uma inútil participação de Brad Pitt (canalha, num papel de uns 10 minutos, o qual lhe garantiu um dos cartazes principais do longa), encontramos um ótimo achado com a promissora Quvenzhané Wallis (filha de Solomon, mesma atriz que protagonizou o filme Indomável Sonhadora).



02 – Clube de Compras Dallas, de Jean-Marc Vallé: pelo visto a premiação deste ano buscou ser mais relevante socialmente. Com esta história, a qual se passa no Noroeste dos EUA, durante o período de início da contaminação pelo vírus HIV (anos 1980), The Dallas Buyers Club traz excelente personagem interpretado por Matthew McConaughey.
 A obra, a qual mostra um eletricista preconceituoso, deflagra a ignorância e o machismo contra as comunidades homoafetivas, dentro de uma ótica de redenção trágica, quando o protagonista se vê amparado somente por aqueles os quais buscou crucificar. Sua jornada começa quando percebe na pele os insucessos do medicamento AZT, ainda em início de testes, e tem de enfrentar as burocracias do Governo Americano para conseguir outros componentes, em outros países e laboratórios, do conhecido coquetel (ele vira, ao lado de Leto, um mercador underground).
 A personagem de Jared Leto, por sinal, a mulher trans Rayon, ilumina a tela. Ela é de uma delicadeza, bom humor e fragilidade tão sinceros, que não há como não achar que sua interpretação não existe, de fato, na vida do lado de cá da tela. Também conhecido por sua atuação em Réquiem para um Sonho, de Darren Aronofsky, o ator faz nos perguntarmos: porque diabos ele continua com sua chata banda, 30 Seconds to Mars?




03 – Philomena, de Stephen Frears: e olha quem vem neste Oscar, o grande Frears, diretor dos clássicos Os ImoraisAlta FidelidadeA RainhaCoisas Belas e SujasLigações PerigosasMinha Adorável Lavanderia, dentro tantos outros. E vem muito bem.
A história, baseada também em fatos reais, trata de Philomena, interpretada por Judi Dench, a qual é ajudada pelo jornalista interpretado por Steve Coogan para saber o que ocorreu com um grande segredo guardado por mais de 50 anos. Bem, não vou falar muito, pois tudo pode incorrer no spoiler, mas este é, basicamente, o mote para outra denúncia contra o ultraconservadorismo católico de meados do século XX e o ultraconservadorismo presente nos dias de hoje, agora contra outros tipos de comportamentos.
Tudo é inesperado, sem parecer forçado. Eu me vi, inúmeras vezes, rindo nervosamente de situações ora trágicas, ora sensíveis.




04 – Nebraska, de Alexander Payne: para encerrar com os filmes indicados ao grande prêmio da academia, Nebraska, do diretor dos excelentes Os DescendentesSideways Eleição.
Com Bruce Dern, pai da Laura Dern e emblemático ator de filmes como Marnie Trama Macabra, ambos de Alfred Hitchcock, esta atual obra, toda filmada em preto e branco, esteticamente muito refinada, conta a história de Woody Grant (Dern), o qual vai de Montana até Nebraska para solicitar seu prêmio de um milhão de dólares com a ajuda de seu filho (o personagem David Grant, vivido por Will Forte).
 É claro que este mote serve para uma comédia de hábitos do meio oeste americano, quando Woody já é alçado, por toda a comunidade de sua cidade, à categoria de milionário, sem ao menos ainda ter recebido seu dinheiro. Além do roteiro ágil, com diálogos velozes, merece atenção o personagem da atriz June Squibb (Kate Grant, a matriarca da família).
 Nebraska é, ao lado de Her, um filme muito sensível. Toda a sua construção converge para uma boa maneira de contar uma história, sem soar datada. É sempre um prazer muito grande ver quando estes longas mais autorais conseguem seu devido reconhecimento frente à opinião muitas vezes acadêmica da academia.


John Fletcher

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

insignificâncias
crônicas de um velho adicto I

houve um susto quando os signos deixaram de ser ou significar; não, eles não desapareceram, estavam lá, em setas e outdoors, em portas de mictórios e sirenas, em paradas de ônibus e tubos de ensaio... não, nada foi comunicado, não houve pronunciamentos nem tampouco documentos, pois até documentos nada mais valiam; neste instante, ninguém mais entendia signos; esbarravam-se em portas de elevador, usurpavam os espaços dos especiais, perdiam-se no caminho de qualquer lugar, por que pra quê placas ou semáforos ou neons de velhos motéis de estrada? indicativos nulos de uma prestação de serviços urgente; subiam ao invés de, saíam ao invés de, perdoavam ao invés de e, de repente, tudo embranqueceu: não havia norte, cruzes, deuses, ritos, não havia sentido na descarga do vaso, na recarga do gênio, em notas musicais, nas libras surdas e financeiras...

            ocorreu uma total inércia; estar parado era mais seguro do que não entender ícones, nunca mais saber a quem recorrer, mapas, linhas imaginárias, hemisférios, geopolítica, caos... não saber do dinheiro o que comprar, posto já se haver sabido de gente a rasgá-lo, mas e rasgar cartas, poemas, dores, uma tal de nostalgia?

            sinto que, em mim, alguns lapsos me tomam; assisto ao embate de seres estrangeiros e espreito meu eu em estado de calamidade: carros indo de encontro a, medo de virar a chave em, plugar disjuntores ao, hastear  panos para, empunhar as mãos a fim de, enfim, um espetáculo desordenado do horror que é estar envolto numa espécie de bruma da estupidez, o claustro da falta total de conhecimento ou mesmo envolvimento com tudo a dizer nada; no entanto como prostrar-se néscio com certa dignidade se a aptidão perdera-se: ser o presente, reconhecer o passado? como é ficar lívido... oco... planalto obtuso...? e eu, de certa forma, sentia-me um pouco líquido, a tentar ajustar-me aos espaços em branco, aos ventos em prumo, ao concreto – sim, cimento, alvenaria – para sentir que meu corpo não estava disforme, eu estava assim por dentro, nítido e claro estado de angústia, pressão no peito e tudo o mais; haveria de ter algo, alguma espécie de manual, porém não mais se compreendiam códigos, então como decodificar se... emblemas, línguas, receptáculos, inocuidade em me comunicar com;

            creio que ninguém sofreu tanto ao longo deste hiato do que eu: todavia como sofrer por algo que se chama coisa, coisificada, coisanulada, coisabstrata...?

            levem-me, alguém, agora, para casa ou para esta coisa, lar de onde nunca deveria ter saído, talvez eu venha a compreender a  ideia da coisassimilada. 

por Rodrigo Barata
ilustração João Augusto Rodrigues


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

KULTURTOUR | Alemanha sobre rodas | Programação Belém: 26/2 a 2/3/2014

KULTURTOUR | Alemanha sobre rodas


Um caminhão idealizado por artistas internacionais viaja como um Instituto Cultural pelo Brasil. O projeto surgiu da parceira entre o  Ministério de Cultura do Brasil e o Goethe-Institut, com patrocínio da Volkswagen do Brasil, do Banco Volkswagen e da MAN Latin America.
Projetado pelo artista alemão Jim Avignon e o brasileiro Carlos Dias, o caminhão visita 17 cidades brasileiras de norte a sul, com apresentação de teatro, cinema, instalações artísticas, djs, uma biblioteca com acervo de 1000 mídias, contações de histórias, workshops para bibliotecários e festas em bibliotecas públicas e escolares.

Programação Belém

26.02- 02.03.2014
Local: Praça da Republica – Avenida da Paz
Belém – Pará

Exposição MINIFICÇÕES de Erinaldo Cirino na Galeria Gotazkaen


A partir da próxima terça-feira (25) a galeria Gotazkaen recebe a exposição "MINIFICÇÕES", do artista paraense Erinaldo Cirino. "MINIFICÇÕES" é composto de uma série de 27 desenhos produzidos nos últimos meses de 2013, usando a técnica de nanquim sobre papel, e fica aberta à visitação até o dia 25 de março.

"O título 'Minificções' enfoca a forte relação dos desenhos com a linguagem literária. Mesmo que não diretamente, boa parte dos desenhos surgem para mim como contos, ilustrações perdidas de fábulas, ou simplesmente espaços literários esvaziados de qualquer coisa perdida por nós", lembra o artista, que faz pela primeira vez uma exposição individual.

Nas obras, uma reflexão sobre interioridade, flertes com o vazio, a infância e a solidão. Erinaldo brinca com o risco e a leveza na tentativa de provocar no espectador um olhar para o próprio interior, como ele próprio explica. "Conceitualmente esses desenhos são uma tentativa de provocar um olhar para o interior de nós mesmos, naquilo que em nós ecoa os acontecimentos mudos de cada dia. Eu cobro da arte que ela me provoque e me traga reflexão."

Então não perde. A partir do próximo dia 25 de fevereiro, na Galeria Gotazkaen.

Serviço

"MINIFICÇÕES", de Erinaldo Cirino.

De 25 de fevereiro a 25 de março.
Na galeria Gotazkaen. Ó de Almeida, entre Piedade e Assis de Vasconcelos, 755.
Abertura. A partir das 19h de 25 de fevereiro.
Visitação de segunda a sexta-feira, de 10 às 19h.