sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Documentário 'Crônicas (des)Medidas', neste sábado, dia 01/11, no Cine Líbero Luxardo e no Atelier do Porto

Crônicas (des)medidas

Direção e Roteiro: Alyne Alvarez | Produção: Débora Flor | Assistente de Direção: Rodrigo Bittencourt | Direção de Fotografia: Neto Dias | Desenho de Som: Davi Paes | Edição: Woylle Masaki | Direção de Arte: Carol Taveira e Elaine Arruda | Português / COR / 28'





SINOPSE: O filme “Crônicas (des)medidas" é um média metragem (28') que conta parte da história de pessoas que estiveram internadas no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico do Pará. Quatro histórias marcadas no corpo que contam os efeitos de 4 a 22 anos de institucionalização num dos espaços de clausura mais invisibilizados pelo duplo estigma do seu público-alvo: loucos que entraram em conflito com a lei. As filmagens foram feitas em Paragominas e Belém, acompanhando os casos das pessoas desinternadas, mas também no interior do HCTP, localizado no Complexo Penitenciário de Americano, em Santa Isabel, onde abordamos dois casos de pessoas que, na ocasião, permaneciam internados.

SERVIÇO: 
Documentário Crônicas (des)Medidas 
Locais e horários: 
Cine Líbero Luxardo, Gentil Bittencourt, 650 - Nazaré, Belém - PA | 91 32024321
Sábado, dia 01/11, às 17h30

Atelier Do PortoTravessa Gurupá, 104 - Cidade Velha, Belém - PA | Contato: 091 8296-9188
Sábado, dia 01/11, às 11h e às 15h
Entrada franca

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Exposição "O Brasil de Poteiro" de Antonio Poteiro no CCBEU

O CCBEU em parceria com o Instituto Antônio Poteiro reservou o mês de outubro para coroar o aniversário deste querido artista, com a primeira exposição dele em Belém, na Galeria de Artes do MABEU, no dia 26 de outubro às 19h.


Poteiro imprimiu característica próprias e singulares nas esculturas e telas que produziu. Amava flores, animais, anjos, crianças… dizia que anjos assemelhavam-se à crianças, seres angelicais. Gostava de cantigas de roda e contava muitas histórias aos inúmeros grupos de crianças que o visitaram. Via nos pequenos, um raio de esperança para um mundo melhor.
ANTÔNIO POTEIRO nasceu em 10 de outubro de 1925, e nasceu  para colorir e encher de alegria nossa arte brasileira.

Estarão presente na abertura da exposição o curador Enock Sacramento e o neto do artista, Antonio Poteiro Neto

Antonio Batista de Souza 
(Aldeia de Santa Cristina da Pousa, Braga, Portugal 1925 - Goiânia GO 2010).

Escultor, pintor, ceramista. Imigra com a família para São Paulo em 1926. Mais tarde, reside em Araguari e Uberlândia, em Minas Gerais, onde inicia a atividade de ceramista, realizando peças utilitárias. Monta duas fábricas de cerâmica, que vão à falência, e passa um longo período entre os índios na Ilha do Bananal, em Goiás. Passa a residir em Goiânia. Em 1957, adota o apelido de Antonio Poteiro por sugestão da folclorista Regina Lacerda, que o orienta a assinar seus bonecos de barro. Gradualmente passa a apresentar, em suas obras, motivos regionais e temas bíblicos. Em 1972, já como conhecido ceramista, é estimulado a pintar por Siron Franco (1947) e Cleber Gouvêa (1942). Expõe seus trabalhos em mostras no Brasil e no exterior. Leciona cerâmica no Centro de Atividades do Sesc e nas cidades de Hannover e Düsseldorf, na Alemanha. Em 1985, recebe o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCA, na categoria escultura. Em 1997, é homenageado com a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, Brasil.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Fotoativa convida para Oficina de Portfólio com Camila Fialho

Abertas as inscrições para Oficina de Portfólio

Para concluir 2014, projetando os próximos passos. Destinado a artistas, fotógrafos, designers e profissionais da criatividade que queiram pensar, organizar e apresentar o seu próprio trabalho.

com Camila Fialho · 06 encontros · 25 novembro à 11 dezembro · R$150

 
Lab.Círio - Laboratório de Criação em Narrativas Visuais

A elaboração de um portfólio e sua constante atualização mostra-se hoje uma ferramenta fundamental para garantir a apresentação e circulação de trabalhos desenvolvidos, seja no campo das artes visuais, da fotografia quanto nas esferas da criatividade, tanto para inscrição em editais, participação em salões de arte ou fotografia, mostras coletivas, como para concorrer a bolsas, residências ou prestar qualquer outro processo seletivo nessas áreas.
Tal tarefa, no entanto, se mostra muitas vezes difícil quando estamos muito habituados com nosso próprio fazer, sem termos o distanciamento necessário para examinar, organizar e mesmo hierarquizar a apresentação de nossa própria produção.
Voltado para artistas e profissionais da criatividade que queiram pensar e organizar o seu trabalho em diálogo com outros agentes da área, a oficina propõe um exercício prático para elaboração de portfólios, contemplando desde a seleção dos trabalhos e sua sistematização, quais informações devem acompanhá-los, como exibi-los, até sua apresentação para o grande grupo.
Para além da elaboração do portfólio em si, os encontros mesclam atividades de ordem prática e contemplam apanhados pontuais e críticos sobre o material levado para discussão em grupo. A ideia é que os participantes também possam pensar o seu trabalho em diálogo com os outros, descobrir novas produções e a partir delas pensar a sua prática artística e profissional.
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Camila Fialho, Porto Alegre/RS, 1980. Vive e trabalha em Belém/PA como colaboradora da Associação Fotoativa nas áreas de comunicação, produção e desenvolvimento de projetos. Atua como pesquisadora independente em artes e produtora cultural. Já trabalhou na gestão de espaços autônomos de arte e como curadora de exposições no Ateliê 397(SP), .Aurora (SP) e fez parte da equipe gestora do programa Residência no Condomínio (Condomínio Cultural/SP).
Oficina de Portfólio com Camila Fialho
Período: 25 de novembro a 11 de dezembro
Encontros: terças e quintas, das 19h às 21h
Carga horária: 12 horas em 06 encontros
Investimento: R$ 150,00 (até 3x no cartão)

 

 

desenvolvido por
Núcleo de Comunicação e Difusão
Associação Fotoativa

a.fotoativa@gmail.com
+55 (91) 3225-2754

Frutuoso Guimarães, 615
Bairro Campina · Belém · Pará · Brasil

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Sessão Cult apresenta "Cão Branco", de Samuel Fuller

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Sessão Cult apresenta "Cão Branco", de Samuel Fuller

Cão Branco Clássico sobre racismo do visceral cineasta Samuel Fuller  é o destaque da Sessão Cult no próximo sábado, no Cine Líbero Luxardo 

CÃO BRANCO

Título original: White Dog | Direção: Samuel Fuller | Roteiro: Samuel Fuller (roteiro), Romain Gary (argumento), Curtis Hanson (roteiro) | Gênero:  Drama/Suspense/Terror | Ano: 1982 | País: Estados Unidos | Elenco: Kristy McNichol, Christa Lang, Vernon Weddle, Jameson Parker, Karl Lewis Miller, Karrie Emerson, Helen Siff, Glen Garner, Terrence Beasor, Tony Brubaker, Sweeper Driver, Samuel Fuller, Marshall Thompson, Paul Bartel, Richard Monahan, Neyle Morrow | Fotografia: Bruce Surtees | Trilha Sonora:  Ennio Morricone | Produção: Jon Davison | Montagem: Bernard Gribble | Cor: Colorido | Duração:  90 min. | Classificação etária: 16 anos 


Sinopse: Um cão treinado a vida toda para atacar pessoas negras se torna um retrato dos 'cães brancos' da África do Sul. Quando a jovem aspirante a atriz Julie o adota, nada sabia sobre sua condição, e o tempo passa sem nada ocorrer. Mas, aos poucos, ela percebe o comportamento racista do cão e o entrega a um treinador de animais para filmes e seu parceiro Keys, ele próprio negro, para que eles tentem reeducar o animal. A questão é: será isto possível?


Sábado, 25 de outubro de 2014Horário: 16h
Entrada franca
Classificação: 16 anos
Após a sessão, debate com críticos da Associação de Críticos de Cinema do Pará (Accpa)
Lotação: 86 lugares, com espaços para cadeirantes


Realização: Governo do Estado do Pará e Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves
Parceria: Associação de Críticos de Cinema do Pará (Accpa)
Coordenação do debate: Marco Antonio Moreira
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Cine Líbero Luxardo
Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves (Centur)
Av. Gentil Bittencourt, 650, Nazaré, Belém, Pará
Informações: (91) 32024321 | cinelibero@gmail.com

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Plano B com Eder Oliveira

"Éder Oliveira é artista visual, foi um dos destaques na última Bienal de SP e é nosso novo personagem no #planoB. Dá só uma olhada! O trabalho dele nos emocionou muito. 
Os amigos da Muamba Estúdio assinam a produção audiovisual desse episódio." 
Vídeo do Estúdio Ovelha Negra

"O Médico Alemão" estreia no Cine Líbero Luxardo | de 15 a 25 de outubro de 2014

Cine Líbero Luxardo exibe o longa "O Médico Alemão"





O Médico Alemão. Baseado no livro "Wakolda", da escritora e cineasta argentina Lúcia Puenzo, o longa tem como pano de fundo a história real de uma família que viveu com Josef Mengele, sem saber da identidade real do homem que foi cientista nazista no campo de concentração de Auschwitz


O MÉDICO ALEMÃO
Título original: Wakolda | Direção: Lucía Puenzo | Roteiro: Lucía Puenzo | Gênero: Drama/Thriller | Ano: 2013 | País:  Argentina/França/Espanha/Noruega | Elenco: Alex Brendemühl, Diego Peretti, Elena Roger, Natalia Oreiro, Alan Daicz, Ana Pauls, Florencia Bado, Guillermo Pfening | Produção: Lucía Puenzo, Nicolás Batlle, Gudny Hummelvoll, Stan Jakubowicz, Axel Kuschevatzky, José María Morales, Fabienne Vonier | Trilha Sonora: Andrés Goldstein | Fotografia: Nicolás Puenzo | Edição: Hugo Primero |  Distribuidora: Imovision| Cor: Colorido | Duração: 93 min. |  Classificação etária: 12 anos




​​Sinopse: Enquanto atravessa a região desértica da Patagônia, em 1960, uma família argentina conhece um médico alemão que aceita ajudá-los. Chegando em Bariloche, ela torna-se hóspede da hospedaria familiar. Todos gostam dos bons modos e conhecimentos científicos deste homem, que se mostra muito preocupado com Lilith, garotinha com um pequeno problema de crescimento. Mas todos ignoram que este homem é Josef Mengele, cientista nazista que realizou experimentos com humanos no campo de concentração de Auschwitz.


Datas e horários das sessões:

15 a 18/10 (quarta a sábado) 19h
19/10 (domingo) 17h e 19h
22 a 25/10 (quarta a sábado) 19h
Excepcionalmente, não teremos sessões no domingo (26/10), em virtude das eleições

Ingressos: R$ 8,00 (com meia entrada para estudantes) 
Projeto Plateia: Dia 15 de outubro (quarta-feira) - Entrada franca para estudantes na sessão de estreia do filme
Realização: Governo do Estado do Pará | Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves

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Cine Líbero Luxardo
Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves  |  Av. Gentil Bittencourt, 650, Nazaré, Belém, Pará
Informações: (91) 32024321 | cinelibero@gmail.com

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

um círio por um colo



a única vez em que fui expulso de sala – nunca havia saído do rumo dos livros, e todos me mangavam, “litlle bullying” por certo, de c...-de-ferro, o atual nerd ou geek – foi quando perguntei a um irmão marista, o irmão Luís, por que Maria era mãe e virgem e a minha mãe só era mãe? ele me pôs, gentilmente e me chamando por nome e sobrenome, para fora da aula de catecismo; uau, quando estava à porta, humilhado, só taquicardia, ele disse que fé era algo inquestionável! ou se tinha ou não se tinha! quando o senhor compreender isso, senhor barata, volte! coisa típica para acontecer a quem não sabia calar na hora de somente ouvir.

apenas acreditava que minha mãe era tão casta quanto Maria. blasfêmia? não sei, e que as mães todas assim o são desde primaveras eras. não seríamos tolos em pensar o contrário, até por que há o Círio, procissão que louva magnificentemente uma delas. a maior, é bem certo, a santa, a que sabia os percalços pelos quais passaria e veria seu filho ser crucificado e mais tarde o teria em seu colo, homem morto. nossa! essa senhora de Nazaré é mesmo merecedora de todos os círios.

mas retorno às anônimas mães, as que não foram agraciadas pelas homenagens. as de todos os dias, as que não têm tamanhas loas e, talvez, nunca as terão. aquelas que, ao nascermos, emagrecem nos primeiros anos e tornam-se insones sempre (eu acho que as mães não dormem nunca, elas velam nossa pequena existência) e as que não podem mais morrer, pois como dizia Leda...”agora possuo um cisne”.

lembro-me de uma vez estar com minha família em casa de dona tietinha, coisa a qual fazíamos, na minha infância, à beça. era uma casa soturna, onde hoje, no largo de Nazaré, é uma clínica de acidentados.  a casa comprida e cheia de cômodos, largo e extenso corredor e em muitos ambientes, escura, com o pé direito altíssimo era um mundo pra minha meninice. sentia-me em um livro de Poe ou de Mary Shelley. dona tietinha era uma pessoa meiga de tudo, farta sua mesa, e cheia daquele saber das mães paraenses de receber bem e com calor de mãe. ah, a gente subia no muro da casa de dona tietinha e ficava vendo os filmes que passavam no finado cine Iracema. nunca fomos pegos!
bem, devo me deter a uma história. eu era o próprio detetive a vasculhar aquela casa minuciosamente: criados-mudos, compoteiras, namoradeiras, cadeiras comadre, penicos, cristais, louças, pratos de parede, toda essa mobília de vó era minha aventura naquele mundo sempre ultrarromântico.

certa feita, era Círio de Nazaré, e eu não parava pra a ele assistir, através de uma das três grandes janelas no frontispício da casa, de onde todos viam e eram vistos. estava a me embrenhar por debaixo da mesa do almoço, ou me esgueirando por detrás de algum móvel grande, tudo me era muito grande aos oito anos, ok! eu realmente sumia de meus pais, apenas ouvia o Círio, os fogos, as orações, os hinos, o murmúrio das pessoas na velha casa, quem sabe vivas ou mortas?, mas não o via. Minha memória visual do Círio quase não existe. Então, estava a abrir algum gavetão, desses que guardam saudades, quando me deu um negócio estranho, senti um perfume desses leves de água de flores, e alguém soprou em meus ouvidos.

foi, seguramente, o susto mais perto do terror que me acometeu em vida. estava pelo menos a uns quatro cômodos e setores da casa da primeira sala, completamente “home alone”, e alguém me soprava nos ouvidos? pirei, empreendi uma corrida desesperançosa e sem chão rumo à primeira sala, a que dá para a rua. Minha mãe se encontrava numa cadeira, eu a visei de longe, quando tchibum, mergulhei em seu colo, ávido por fechar os olhos e pleno de visagens.
fiquei mudo, abri os olhos e vi Nossa Senhora de Nazaré, pulei pro colo de mamãe exatamente no momento em que Ela, a que permitiu a minha expulsão de sala, pois havia questionado sua castidade (blasfêmia!), levitava na berlinda diante de meus olhos cheios d’água do medo. então eu fui me acomodando em minha mãe, com aquela outra mãe ali, meu lírio mimoso, a me proteger dos fantasmas da casa, que eu, eu fui me recostando, ajustando minha coluna, com aquele cafuné, as unhas de minha mãe eram lindas e faziam festinha como, ah... adormeci.

de novo não vi o Círio, somente a vi, mas sonhei com elas, havia já visto duas boas senhoras, matronas e maternas, e já esquecido daquela voz estranha que tinha me segredado o quê mesmo(?) lá no quarto antigo? essa lembrança reforma vários ateísmos meus e conforma uma nova visão da fé: sim só quem não questiona pode ter fé de verdade, a minha é real, pois naquele Círio, mesmo contrapondo um quase momento sobrenatural a outro que requereu minha espiritualidade repleta de certezas, de conforto e de amor maternal, me tornei uma pessoa a qual sabe que não são somente as coisas que não vemos as  verdadeiras, existe um ouvir o mundo, olha só como minhas lembranças do Círio são mais auditivas, e nele se aconchegar e se sentir seguro de tudo que vai muito mais além de nossa vã incredulidade.

                                                                                              rodrigo maroja barata