quarta-feira, 7 de maio de 2014

Típicos de humanos - Lúcia Gomes



Lúcia Gomes não descansa, e no transcorrer dos dias e noites sua percepção aguçada ultrapassa as paredes de pedra e carne para nos trazer, da profundeza dos afetos, proposições de simplicidade fervorosa e pujante. Sim, nada mais potente que a naturalidade de um dia qualquer, da vida, dos caminhos ordinários que nos levam ao trabalho, à escola, ao passeio.

E é nesse momento e nesse lugar, quando outros olhares querem algo para além das montanhas, que ela nos obriga a ver a vida e a beleza que se encerra em cada coração, em cada gesto e olhar, sem pressa, mas sem perder tempo, como nos sugere Saramago.
E assim é Típico de Humanos, uma performance que não fica em si mesma, que vai ao Homem e propõe a abdicação da zona de conforto, que convida à ação, sem ensaios ou roteiros, sem combinações. É estar lado a lado, é o toque leve, o sorriso como um presente; é o ser simplesmente, e viver em plenitude para o que se foi criado, para o amor e o amado.

Brasileira e amazônida, 47 anos, artista desde sempre, militante pela paz e pela igualdade, Lúcia Gomes é protagonista de sua própria vida, e vem imprimindo em sua trajetória aspectos singulares de proceder dentro do campo da arte, denunciando desmandos e dirigindo sua voz a todos sem distinção. Ela acredita na revolução da educação – por isso faz arte!

Desde os anos 1990 propõe reflexões por meio de desenhos, pinturas, objetos, esculturas, performances e instalações, participando de projetos e exposições no Brasil e no exterior mergulhando sempre nos aspectos políticos do viver e deixar viver, nos dizendo que o respeito e a valorização à vida e ao meio ambiente é o único caminho para a salvação. Vive e trabalha em Santo Gallo, na Suíça.

Maria Christina
Primavera de 2014
















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