domingo, 3 de fevereiro de 2013

Alguns Comentários!? Sobre o Oscar - 2º Parte




Parte dos filmes que já aportaram aqui por Belém instiga para tecer algumas reflexões cinematográficas, então não deixe de assistir tais títulos para, em seguida, comentá-los conosco.


1) Django Livre: e chegou o novo filme do diretor Quentin Tarantino, um dos possíveis ganhadores do Oscar de Melhor Roteiro Original (e estarei interessado em ver o Christoph Waltz levar a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante outra vez, pelo seu personagem King Schulyz). O filme aborda, em um faroeste revisionista do diretor Sergio Leone, a saga de um homem ex-escravizado, o qual, ajudado por um caçador de recompensas alemão, vai atrás do amor de sua vida.
O longa do americano (165 min.!!!) é um dos responsáveis por levantar um dos maiores números de indivíduos com defesas passionais, como observou o crítico de cinema André Barcinski. Infelizmente, também não se pode mais falar mal de Tarantino, pois o mesmo é sempre muito cool.
O Tarantino recicla o pasteurizado de forma divertida e irreverente, mas sabe de uma coisa, nem toda regra gera bons frutos. Esse seu Kill Bill vai pro oeste (há uma cena bem parecida na fazenda que lembra o ataque dos Crazy 88 no Volume 1), ainda que seja dono de certos diálogos bem espirituosos, fotografia trabalhada, não me surpreendeu.

2) Os Miseráveis: dirigido pelo Tom Hooper (o mesmo de O Discurso do Rei), a mais recente adaptação da obra de Victor Hugo, inspirada pela sua versão da Broadway, traz no elenco Hugh Jackman, Russell Crowe e Anne Hathaway; trata da saga, grosso modo, de Jean Valjean (Jackman), ex-presidiário por ter roubado pão para alimentar sua família, o qual resolve ir atrás da filha de Fantine (Hathaway). No meio desses eventos, é perseguido pelo neurótico Javert (Crowe) e se envolve com a Revolução Francesa do século XIX.
A produção tem muito dinheiro, então eles fizeram um filme visualmente correto, sujo, com pouca ousadia técnica, ao passo que a Anne Hathaway tem uma presença bem surpreendente. Para quem quiser se aventurar com os intermináveis 158 min. de cantoria, repleto de CGI, não perde.
As gravações dos números musicais não foram feitas antecipadamente, mas ao vivo. Além deles cantarem para qualquer coisa, fico resistente ao ver um filme sobre um fato histórico que não é americano (a Revolução Francesa), mas que é falado somente em inglês.


3) Amour: com Emmanuelle Riva, Jean-Louis Trintignant e Isabelle Hupert, a obra em questão não tem nada de excesso. Tudo é econômico, sem resvalar para o pieguismo. A história delicada de um casal de idosos, os quais veem a derrocada de suas vidas se aproximar, é tratada com uma naturalidade e um senso de economia coeso.
Preste atenção no final nada redentor, implacável e na sensação fúnebre da plateia. Essa obra é daquelas que você literalmente não termina do jeito como começou. Eu, pelo menos, senti tal aridez no peito…

John Fletcher

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