Ilton Ribeiro
iltonribeiro@gmail.com/ (91)81555693
Professor pesquisador
Graduado em Letras/ILC - UFPA
Especialista em Semiótica/ ICA - UFPA
Mestre em Arte/ PPGArtes - UFPA
O
busto “Barão do Rio Branco”, de 1915, da artista paraense Julieta de França,
encomendado por Theodoro Braga para homenagear o político que resolveu as
disputas do Brasil e Uruguai pelos territórios de Sete Povos das Missões e do
Amapá, nos dias atuais é peça decorativa do jardim da Escola de Ensino
Fundamental e Médio homônima ao título do busto, localizada na avenida
Generalíssimo Deodoro, em Belém. A
escola no mês passado completou seu centenário, por conta das festividades
alusivas a tal data a direção da instituição pintou, com tinta à óleo dourada,
o busto.
Belém
vivencia sérios problemas na valorização de peças artísticas importantes para a
composição narrativa de sua história da arte. Diante de tal situação, é sempre
complicado encontrar um culpado, para que seja punido e deste modo trazer paz ao
espírito dos pesquisadores e seguidores da área.
O
culpado pode estar nos centros superiores de pesquisa que promovem o pensamento
e reflexão sobre as implicações da arte na vida humana, no entanto, os
resultados ficam guardados em segredo nos anais e revistas especializadas que a
massa populacional não tem acesso.
A
culpa pode estar também nos parcos interesses de uma política cultural em
desenvolver uma sistematização da história da arte na região norte do país, que
pudesse ser levada para todas as escolas de ensino fundamental e médio, pelo
menos da Amazônia, no sentido de orientar diretores, pedagogos, professores e
alunos na busca sobre a nossa arte na nossa história.
A
culpa pode estar nas instituições (Federal, Estadual e Municipal) que lidam com
o patrimônio material e imaterial, as quais apresentam dificuldades em
estabelecer extensões das pesquisas em arte com a população de forma a oferecer
pensamentos e posicionamentos mais críticos na sociedade.
Procurar
um culpado agora não irá resolver muita coisa, o Barão já foi pintado, está
reluzindo como ouro e corre o risco de ser roubado por algum ladrão atrapalhado
por achar que realmente a escultura foi feita em metal precioso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário