sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Artistas se mobilizam por Hélio Oiticica Leilão de obras procura ajudar distribuição de documentário que estréia nos cinemas nesta quinta.


RIO - Sucesso em vários festivais onde foi exibido — do Festival do Rio, em 2012, onde ganhou o prêmio de melhor documentário, ao de Berlim, em janeiro de 2013, em que foi laureado com o Caligari, de inovação de linguagem cinematográfica, e o Fipresci, da crítica internacional —, “Hélio Oiticica” chega nesta quinta-feira ao circuito exibidor, no Rio e em São Paulo, num momento em que convivem, em sua história, a boa receptividade do público que já assistiu à obra e a carência de recursos para tornar a audiência maior, com uma distribuição ampla.
Mas o primeiro longa-metragem de Cesar Oiticica Filho, o Cesinha, sobrinho do artista, tenta contornar essa dificuldade com um leilão promovido a partir das 20h30m pela Bolsa de Arte, em Ipanema, onde serão oferecidas obras de artistas como Cildo Meireles, Ernesto Neto, Anna Bella Geiger, Lourival Cuquinha, Nuno Ramos, Carlos Vergara, Antonio Manuel e Iole de Freitas, entre outros. Os lances mínimos variam de R$ 500 (uma serigrafia de Alexandre Vogler) a R$ 70 mil (uma tela de Ivald Granato).
Entre as 40 peças oferecidas, há três obras do próprio Oiticica, doadas pelo Projeto Hélio Oiticica: as serigrafias “Mangúe Bangúe” (“um clássico”, segundo Jones Bergamin, da Bolsa de Arte) e “M’way ke” (que retrata o próprio artista com uma roupa com transparência), ambas de 1972, e uma Cosmococa (“Maileryn CC3 Programa in progress”, de 1973).
— Tive algumas possibilidades de captar para distribuir o filme — diz Cesinha, que, no entanto, esbarrou nas dificuldades impostas pelo calendário da Copa do Mundo. — Então, conversando com a equipe, surgiu essa ideia do leilão, e fiquei feliz com a resposta dos artistas, isso me deu outro ânimo para começar essa nova empreitada.
O longa que estreia hoje no Rio e em São Paulo já tem confirmada distribuição para Fortaleza, Bahia, Brasília, Porto Alegre e Curitiba. A ideia de Cesinha é ampliar o máximo possível o alcance do documentário, que mostra o processo criativo de um artista seminal da história da arte brasileira. “Hélio Oiticica” é estruturado a partir de antigas fitas cassete em que Oiticica registrou suas ideias para os amigos mais próximos, como o poeta Waly Salomão, Carlos Vergara e Antônio Dias. O documentário junta tais tapes históricos a filmes do próprio Hélio e de outros que o registraram com suas obras, formando um caleidoscópio da cultura dos anos 1960 e 70.


SINOPSE
 
"Hélio Oiticica foi um dos artistas que melhor uniu a reflexão com a criação artística. Suas ideias e proposições, expressas não apenas em textos, mas também em depoimentos e entrevistas, revolucionaram a arte e a cultura, tornando-o um dos mais importantes artistas da segunda metade do século XX. O documentário de César Oiticica Filho, ao utilizar a própria voz do artista como fio narrativo, permite um mergulho único no pensamento, na trajetória e na intimidade de Hélio Oiticica.

FICHA TÉCNICA

Direção e roteiro
César Oiticica Filho
Pesquisa de imagem
Antonio Venancio
Produção executiva
João Villela,
Juliana Carapeba,
Felipe Reinheimer e
César Oiticica Filho
Direção de Produção e coordenação de finalização
Juliana Carapeba
Direção de fotografia
Felipe Reinheimer

Montagem
Vinicius Nascimento
Consultoria de montagem
Ricardo Miranda
Consultoria biográfica
Roberta Camila Salgado
Edição de som e mixagem
Ricardo Cutz

Produtor musical
Vinicius França
Trilha sonora
Daniel Ayres e Bruno Buarque
Participação especial na trilha
Macalé,

Figurino
Julia Ayres
Coordenadora de lançamento
Milla TalaricoCelso Sim e Pepê Machado




Nenhum comentário: