quarta-feira, 19 de março de 2014

Tinta Edições de Arte promove exposição “Gyotaku – Gravuras, Cores e Efemeridade” com obras de Heraldo Candido

Tinta Edições de Arte promove exposição “Gyotaku – Gravuras, Cores e Efemeridade” com obras de Heraldo Candido

Composta por mais de 50 artistas, a Loja Virtual Tinta Edições de Arte periodicamente realiza exposições com obras de seus integrantes. Desta vez, será realizada mostra com trabalhos do paraense Heraldo Candido, intitulada “Gyotaku – Gravuras, Cores e Efemeridade”, cuja abertura acontece no dia 05/04, das 12h às 18h, na sede do projeto, localizada à Rua Professor Rubião Meira, 59, no bairro de Pinheiros, em São Paulo.
A mostra “Gyotaku – Gravuras, Cores e Efemeridade” fica aberta à visitação até o dia 26/04, com entrada gratuita.



Gyotaku Heraldo Candido, natural de Belém do Pará, tem fascinações contraditórias. Encanta-se com o efêmero, mas transforma-o em eterno. Encontra pedaços de nada, e com eles estampa imagens de tudo, cavando histórias e sentimentos em cores que se entremeiam. Nos trabalhos de Heraldo, nem a apropriação é o começo, nem o descarte é o fim. O uso e reuso dos diferentes materiais – que já tiveram “outra vida”, como tábuas, pernas de mesa, couros rasgados – é o próprio ciclo que procura evidenciar. Na visão de Heraldo, a utilização controlada destes objetos encontrados se torna também testemunha de passagem de tempo, de mutação de matéria, de tentar guardar, para si e para o mundo, o estado destes objetos em determinado momento no tempo. A evolução de suas matrizes – as aberturas dos veios, ou o pedaço que quebrou, que apodreceu, ou que caiu – é sensível, quase imperceptível, e percebida apenas por aqueles que têm essa intenção. Correndo em paralelo em sua pesquisa está a técnica de Gyotaku, que em japonês significa literalmente “impressão de peixe”.


A técnica japonesa, do séc. XVIII., era usada por pescadores para imortalizar seus feitios, e provar seu valor a seus pares. Nas obras, os pescadores indicavam as medidas do peixe e o local de sua captura, por certas vezes também adicionavam um poema e uma assinatura, mostrando seu respeito e gratidão pelo mar generoso. O trabalho se mostra ainda mais significativo sabendo-se que o “peixe-matriz” não pode ser utilizado assim de maneira indefinida. Em algum momento tornará-se comida, ou apodrecerá.


Corinne Nieto

2 comentários:

Murilo Rodrigues disse...

Parabéns, amigo Heraldo, esta promete ser apenas a primeira de 2014!

Bruno Cantuária disse...

Sucesso Heraldo! \o/