domingo, 9 de março de 2014

Fomos ao 14o Leilão Piolho Nababo - entre arte e quase mercado.

Estivemos no 14Leilão 1,99 do Coletivo Piolho Nababo, que ocorreu em 08 de março no espaço Mari’Stella Tristão (Palácio das Artes) em BH. O Piolho Nababo (http://piolhonababo.blogspot.com.br/) é um coletivo que desde 2011 realiza um leilão onde pinturas, fotografias, esculturas, desenhos etc, etc podem ser arrematados iniciando os lances pela módica quantia de R$ 1,99. Segundo o Coletivo, a ideia é a propor uma galeria de arte que se desloca, e que promova interação entre público e obra, instigando o olhar, revelando artistas mineiros distanciados do circuitão das artes visuais.  Promover a participação do público como construtor do espaço onde as obras são dispostas também é um dos objetivos dos caras.





Nesta edição, o leilão começou lá pelas 20h. Contou com a presença ilustre de figuraças do circuito mercantil mundial como Matthew Stephenson, Allison Czanecki, Tim Griffin and other things. Também vi muitas, muitas, tiazinhas e tiozinhos afoitos disputando o espaço da galeria para investir seu lance no quem sabe...futuro proeminente Artista (e obra) descoberto em meio as mais de 900 obras dispostas.
     













          

Dei uma circulada antes do início do leilão e vi o povo fazendo umas flores de papel crepon. Fiz uma flor e conheci o Severino Iaba e o projeto dele chamado “Manifesto das Flores”. Manifeste sua preocupação com o mundo, seja engajado, proteste com flores! Conheça o projeto aqui: http://manifestodasflores.blogspot.com.br/

Severino Iabá. "Manifesto das Flores"

Sem muita coisa pra fazer além de esperar, comecei a sacar o público, os comentários e as obras. Conversei com uma senhora de uns 70 e poucos anos procurando uma obra em que pudesse sentar, para poder ver o leilão.  Ela me disse que acompanha o circuito de exposições há 40 anos, aproveitei e perguntei se ela lembrava das estórias do Arthur Barrio... 
- “Ah, siiim, eu ia num ou outro show dele! Boa música, bom cantor aquele rapaz!”.   
Enquanto isso, em um pequeno palco armado, uma banda de noise guitar começou a tocar, o som dos caras era muito bom, a banda que esqueci o nome, tocou uns clássicos do Sonic Youth. Zueira total nos timpanos da galera cinquentona.
Banda.
 Em meio a uma algazarra generalizada, eis que aparece o carinha que iria dar início ao leilão, juntamente com um sujeito personalizado de sacolão das artes e o Ed (performance –faz- tudo). Em meio a anarquia geral, alguns avisos: cartão de crédito só acima de R$ 100,00, escolham as obras e nos digam o número delas, não pode beber dentro da galeria! E assim estava oficialmente aberto o “14o Leilão Piolho Nababo - dessa vez, em piso de mármore!”

Apresentadores do evento.
 O leilão começou quente, com lances de 10, 20 e 30 renais. Fiquei de olho em uma obra (essa aí embaixo) e esfolei minha garganta gritando o número dela mas não teve jeito, ela não entrou no lote de venda.








        










         

         
         Em certo momento fiquei puto, uma das tiazinhas com um cabelo imenso, tipo o da Hebe, entrou bem na minha frente, fiquei cutucando ela com minha câmera pra ver se ela arredava o pé, mas ela entendeu outra coisa, resolvi mudar de lugar.
  Muita gritaria, especuladores aos berros dando seus lances, alguns artistas ao fundo já meio desconfiados por não terem participado do leilão, alguns high society pisando em algumas obras, parte do pessoal da banda agitando ao fundo, tudo isso compõe no fim das contas, a sensação de que o espaço Mari’Stela Tristão perdeu um pouco da caretice, abrindo para artistas não selecionados e se propondo aceitar um projeto no edital, que não se sabia ao certo qual seria o desfecho. Enfim, a noite foi super divertida.

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