terça-feira, 11 de junho de 2013

Flusser e o cristo açoitado

Há algum tempo atrás falamos desse cara ! Sabíamos que, uma hora ou outra ele ia bombar! Não no sentido espetacular do termo: aparecer nas bienais, vender obras, sair na mídia e chupar as bolotas do saco dos curadores europeus, não ! Não é nesse sentido que ele iria bombar. 
O trabalho de Julius Von Bismarck (talvez mais conhecido pelas chicotadas que ele desferiu no Cristo Redentor no Rio de Janeiro em fevereiro de 2012), está seguindo na contra corrente, se você for pensar em uma união PACÍFICA entre arte e tecnologia, arte e política e crítica de arte. 
Lembro-me de Vilém Flusser, quando ele dizia que deveríamos ir para além do programa da máquina fotográfica, ir para além do dispositivo, e tentar arrebentar, desmontar e reordenar a estrutura alienante da câmera, pois ELE (o programa) nos programa indefinidamente ! Só para lembrar das ideias dele: vc já se perguntou por qual motivo existem tantas fotos do Cristo Redentor de um mesmo ângulo? Ou, como sabemos a partir da foto de um fotógrafo, se ele pertence a determinada escola, organização ou grupo? O olhar é algo que se programa! Os fantasmas aí sobrevivem! As vozes ecoam na imagem operando em sigilo por meio dos olhos incautos e principalmente por meio do paradigma mental em que se encontram essas pessoas, sem elas ao menos desconfiarem. Flusser reivindicava que deixássemos de ser funcionários da máquina, funcionários da técnica! 



Fulgurator 2007/2008

     Pois bem, Bismarck opera o desmonte da câmera e a reintrodução dela no cenário comunicativo por um viés extremamente virulento e ruidoso. Deem uma olhada em um dos trabalhos dele chamado "Fulgurator" 2007/2008  (vídeo acima). Daí vcs perceberão o quanto uma pesquisa que envolva uma certa dose de anarquia e um punhado de reflexão crítica sobre o sistema midiático atual, pode gerar uma inversão no processo de introdução da imagem no dia-a-dia, já que um dos problemas da arte atual é o retorno, ou seja, como ela retorna ao cotidiano!? Reunindo um bando de adolescentes pra pichar uns muros da cidade? Escrever frases de repúdio nos muros, bater fotos com a galera na frente do mesmo e jogar no Facebook? Puta que o pariu !! A câmera fotográfica pode ser uma arma branca, se soubermos como usá-la!!!!!!!!   


     Saquem só. O cara veio pra cá em 2012 por meio de 
    uma Galeria do Rio de Janeiro, só não lembro o nome dela...



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