sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Alguns Comentários!? Sobre o Oscar – 3º e Última Parte




Último post para tratar da cerimônia do Oscar 2013. Como todos sabem, a mesma acontecerá neste próximo dia 24 de fevereiro (domingo), então ainda dá tempo para conferir, caso vocês queiram, alguns dos títulos concorrentes.
E já que falei bastante na primeira e na segunda parte desta reflexão sobre a premiação americana, vamos direto ao assunto, sem maiores voltas, e tratemos dos últimos 04 filmes:



1) Lincoln: filme com maior número de indicações este ano, o novo trabalho de Steven Spielberg trata do então presidente americano (vivido por Daniel Day-Lewis) e de sua luta pela votação da emenda constitucional que acabaria com a escravidão no país. É exatamente a resolução abolicionista, alternativa para pôr fim à guerra civil (onde o Norte, comandado pela União, batalha contra os Confederados, os Estados separatistas do Sul), que vira o foco central da obra.
 O filme é correto, com dois atores excelentes (Daniel Day-Lewis e Sally Field) e uma direção de arte e uma fotografia acertadas. Tudo em Lincoln é voltado para receber premiações. Day-Lewis e Field apagam um pouco esta sensação de filme para premiações específicas.




2) O Lado Bom da Vida: o filme de David O. Russell (O VencedorHuckabees) foi um dos ganhadores de um dos piores títulos traduzidos este ano aqui no Brasil (o original é Silver Linings Playbook).
Com uma desenvoltura boa do Bradley Cooper (indicado a melhor ator e famoso por Se Beber não Case) e outra cativante da Jennifer Lawrence (indicada a melhor atriz e famosa por seu papel em Jogos Vorazes), este título indicado ao prêmio de melhor filme é simpático. Trata da relação que se estabelece entre dois personagens com problemas particulares.
 Não há muito que dizer aqui, além do fato de o bom humor ser o toque de caixa para tratar de problemas como os da depressão e da bipolaridade. O texto flui naturalmente, leve, despretensioso. Uma história contada de forma ágil e cativante.


3) A Hora Mais EscuraZero Dark Thirty pode até trazer uma estética utilizada em The Hurt locker, a qual é muito forte para uma diretora americana. Nesse sentido, a nova película de Bigelow é firme, surpreendente. Causa polêmica ao afirmar que os EUA fizeram uso de tortura para conseguir informações referentes ao paradeiro do Bin Laden.
A maior parte da trama se concentra nos inúmeros becos sem saída enfrentados pela agência americana. Eu gostei. Com cenas muito bem dirigidas e uma trilha sonora imersiva, assinada por Alexandre Desplat.
 A Jessica Chastain (indicada a melhor atriz, também conhecida por seu papel em Árvore da Vida) segura seu papel muito bem e é testemunha para as formas de guerras travadas em nosso mundo tecnológico (onde tudo é televisionado, via internet, satélite, mediado por botões).





4) Indomável Sonhadora: encerro meus comentários com uma das melhores obras (na minha opinião), entre as concorrentes ao Oscar desse ano. Competidora na categoria de melhor filme e de melhor direção (direção para o estreante Benh Zeitlin), Beasts of the Southern Wild (outra tradução ruim) traz como indicada ao prêmio de atriz a mais nova concorrente da história da cerimônia, Quvenzhané Wallis.
Poesia visual pura, o título trata da rotina dos moradores da Louisiana, transformada após a passagem do furacão o qual fez com que as águas do Estado transbordassem.
A câmera livre e ousada, o texto lírico e as situações de realismo fantástico fazem de Beasts of the Southern Wild um título para se ver imediatamente. Mostra uma cara dos EUA que não é vista e, talvez por isso mesmo, surpreende com a força de sua beleza.

John Fletcher

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