segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Alguns Comentários!? Sobre o Oscar



A coluna do Novasmedias!? irá tratar de um tema que, geralmente, deixa todos na expectativa: o Oscar, premiação americana de cinema a qual possui o maior apelo publicitário da atualidade.
Para muitos que me perguntam sobre a importância da premiação, procuro sempre lembrar que o que está em jogo é menos a condição artística em si, e mais um lobby americano, estratégia de vender, criar especulação, gerar um saldo mais positivo para os enormes orçamentos investidos em uma indústria irregular. Não é de assustar, por exemplo, que nos últimos anos observemos tantas lacunas.
E como estamos em 2013, a proposta para a coluna do Novasmedias!? é a de comentar, rapidamente, alguns dos candidatos ao Oscar, candidatos os quais já passaram (ou estão) nos cinemas locais.




1) Argo: o longa-metragem de Ben Affleck se concentra no resgate de seis diplomatas americanos, presos em uma capital em ebulição com a chegada ao poder do aiatolá Khomeini, e se volta, sem buscar maiores justificativas políticas, para um trabalho estético e cheio de sequências bem dirigidas (a trilha sonora cool, a fotografia vintage, boas interpretações, certa tensão no decurso são constituintes).
Como o filme é baseado em fatos reais, ele também tem aquele final redentor, cheio de aplausos e fotografias dos próprios envolvidos no caso (algo que já não é mais necessário, convenhamos).



2) A Vida de Pi: uma coisa é fato, o novo filme do Ang Lee tem ganhado uma série de elogios de gregos e troianos. A direção de arte é super legal, o efeito 3D cai que é uma maravilha e o roteiro, no início, parece ser interessante, espirituoso. Porém, A Vida de Pi vai para uma alegoria católica, meio new age, de maneira que a lógica inicial desaparece e dá lugar a uma jornada cheia de lições de moral.
A fábula construída pelo filme traz uma necessidade de explicar, tin tin por tin tin, os signos. Não sou muito afeito a esse tipo de direção.



3) Moonrise Kingdom: um contraponto aos títulos anteriores. Sou até suspeito para falar dos filmes do Wes Anderson, pois o acompanho sempre. Sua mais nova obra é outra incursão na sua narrativa americana e autoral.
A trilha sonora é delicada, a direção de arte também (algo que me traz à mente o trabalho da fotógrafa Loretta Lux). A presença de Jason Schwartzman é muito positiva, ao passo que crianças engraçadíssimas – Jared Gilman e Kara Hayward, principalmente – constroem um andamento carismático e poético.
Wes Anderson tem um certo lirismo que eu gosto de ver. Sua obra não tenta ficar em cima do muro, sem demonstrar uma opinião crítica sobre a vida.

John Fletcher

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