Muitas pessoas ñ compreendem que um texto sem imagem é como
uma multidão sem cabeça, uma rebelião sem uma causa, uma carta sem correio, uma
Marianne sem os franceses “Se eliminarmos a imagem não é o Cristo, mas o
universo inteiro que desaparece.” (Nicéforo – O Patriarca).
Uma sociedade do digital tendo de rever suas concepções
sobre as imagens arcaicas, sabendo de sua longa jornada pela escuridão até o
tempo atual, encontra-se em sombras, entendidas aqui e ali como ambientes por
onde vagam pequenos Lucíoles
resistentes (e por que não dizer: penitentes “Penitenziagite!!”), luzes que
tentam a todo custo nos alcançar, mas não conseguem.
Se porventura a fé que tenho desaparecer, minha fidelidade e
minha adesão desfalecer; nada de material conferiria abonação à identidade a
não ser a imagem. A imagem da resistência, seria a imagem que confiro – ou que o
grupo confere – à resistência: o escudo dos templários, a logo marca do
produto, a etiqueta da grife, o vermelho da bandeira, o mascote do partido, o
registro do artista, a fé desencadeada por uma religião laica a partir da
imagem. Não se vive sem deuses.
“Estremecimento diante do retorno das superstições
primitivas” (Régis Debray 1992, pag 92) e receio de não saber lidar com elas.
Chamar a tudo e a todos de contemporâneo sem saber a fundo a quê esta palavra
se interliga, onde sua escuridão inicia e em que ponto mergulhar nela. Todo
texto precisa de imagem “A letra pode matar o espírito, mas a imagem vivifica a
letra” (Régis Debray 1992 pag 92)
![]() |
Vicent de Paul Bailly 1832-1912 , Padre e Jornalista francês. Inventor de um projetor de cinema em 1897 chamado "immortel". |
Uma ponte entre os novos iconoclastas e os idolatras deve
ser levantada para além das paisagens de Nicéa II (onde cada um escavou a sua
maneira o caminho desses extremos). Imagem não mais como mediação
indispensável, transitus para o
divino ou em outro extremo, repugnância pelo figurativo... prolongamento de um
puritanismo reformado (Bauhaus). Uma higiene perceptível na arte nórdica.
Por outro lado, como levar alguém a acreditar em arte
contemporânea sem mostrá-la? E como fazer desse alguém uma pessoa que não se
deixe fascinar pela imagem mostrada? Como não abandoná-lo perante suas próprias
presunções? Possivelmente a melhor saída seria “cativar a magia das imagens sem
ficar preso à ela” (Régis Debray, 1992 pag 94)
![]() |
A Cabala e a feitiçaria festejaram em determinado momento o corpo e a imagem liberados das amarras iconoclastas. |
lskdnjdfblfdgklsdngklsdnglksd é formado em artes ocultas
Nenhum comentário:
Postar um comentário