terça-feira, 22 de novembro de 2011

Vivos e mortos no Cine Olympia


“Tio Boonmee que pode recordar suas vidas passadas”.
Até 27/11 - 18h30 - Entrada franca

Reprodução de texto:
Produzido em 2010, um filme Tailandês que trata do mundo dos vivos e dos mortos e de amor e perda, de uma forma extremamente criativa entra em cartaz a partir desta terça-feira (22), no Cine Olympia. Dirigido por Apichatpong Weerasethakul “Tio Boonmee que pode recordar suas vidas passadas” é o vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2010.
Sensível, o realizador mostra um jantar, uma espécie de despedida, organizada pelo viúvo Tio Boonmee (Thanapat Saisaymar). Ele está agonizando com um problema nos rins, e volta para uma região de florestas no nordeste da Tailândia, onde vive com a sua cunhada, Jen (Jenjira Pongpas), o primo Tong (Sakda Kaewbuadee) e Jaai (Samud Kugasang).
No jantar em questão, a barreira entre o mundo real e o sobrenatural é abalada pela aparição da falecida mulher. Huay (Natthakarn Aphaiwonk), vem fazer uma visita a Boonmee, sentando tranquilamente à mesa e começando a falar do passado e do presente. São conversas melancólicas e estranhas, mas que se desenrolam com simplicidade.
Um fator peculiar entra em cena, tal qual o coelho-narrador que serve como guia de Jake Gyllenhall em “Donnie Darko”. A criatura que entra em cena é coberta de pelos e com um par de olhos vermelhos faiscantes. Intitulada de Boonsong (Geerasak Kulhong), é o filho perdido de Tio Boonmee, que retorna como um espírito em forma de macaco e movimenta a ceia, ao mesmo tempo que torna a família mais completa.
No material de imprensa, distribuído no Festival de Cannes, Apichatpong falou da crença em “transmigração de almas entre humanos, plantas e animais. A história do Tio Boonmee mostra a relação entre homem e animal, e, ao mesmo tempo, destrói a linha que os divide”. De certa maneira é disso que o filme trata – de desnudar a tênue linha entre a vida, a morte, o real, o irreal, a ausência e a presença.
É um filme para se ver de coração aberto, e se deixar aproximar e se levar pelas ideias do autor, que criou uma narrativa fluida e que trama com o surrealismo com uma poesia que mexe com nossos sentimentos em relação a família e fraternidade.
Mas não é necessário sair de Tio Boonmee com um sentimento de entendimento completo. Os filmes de Apichatpong – que dirigiu ainda “Mal dos Trópicos” e “Síndromes e um Século” – são para se sentir, uma experiência visual e emocional que vão além da história em si mostrada.

ASSISTA
“Tio Boonmee que pode recordar suas vidas passadas”. Em exibição de hoje até dia 27de novembro, às 18h30, no Cine Olympia (avenida Presidente Vargas). Entrada franca.Inadequado para menores de 12 anos.
(Diário do Pará)

Um comentário:

Anônimo disse...

fodástico!!! esse filme e o diretor!!!