Marilá Dardot, nascida em Belo Horizonte, trabalha e vive em São Paulo. Mestre em Belas Artes pela UFRJ. Em 2004, ganhou os prêmios Sergio Motta de Arte e Tecnologia e o CNI SESI Marcantônio Vilaça. Em 2003, foi contemplada com a Bolsa Pampulha - 27° Salão Nacional de Belo Horizonte, MG. Fez parte da XXVII Bienal de São Paulo, 2006. Artista integrante do XXX Panorama da Arte Brasileira - Contraditório, 2007. Vai essa pequena entrevista concedida a nós pela artista.
É uma pergunta bem ampla... não sei bem por onde começar. Acho que meu fazer envolve toda a minha vida – as percepções, os afetos, as trocas, as leituras, as viagens, as faltas, os problemas, as insônias, os desejos, o dia-a-dia, a memória, as paisagens, os amores. O que quero dizer é que o meu fazer acontece a partir da minha experiência, e nisso está tudo envolvido. Por mais que meu trabalho possa parecer mais racional no final, ele nasce de meras intuições. Mas para que estas intuições se tornem obra é necessário investigar-las, acalentar-las, confiar e desconfiar, testar, apostar.
Em relação as características que envolvem teu fazer, quais os tipos (campos) de influência podes dizer, tivestes?
Acho que esta é uma continuação da primeira pergunta. Claro que tenho uma enorme influência literária, e isto porque a leitura é algo que faz parte da minha vida cotidiana. E essa influência aparece no meu trabalho não só como uma vontade de compartilhar as minhas leituras, mas também como uma proposta de um tempo mais ralentado, como é o tempo da leitura.
Também tenho uma grande influência de outros artistas, mais daqueles com quem estabeleci um diálogo próximo: Rosângela Rennó, de quem fui assistente por 3 anos, e artistas da minha geração: Cinthia Marcelle, Sara Ramo, Laís Myrrha, Thiago Rocha Pitta, Matheus Rocha Pitta, Fabio Morais.
Existem linhas de atuação? Elas “conversam entre si?
Não entendi o que você está chamando de “linhas de atuação”.
Qual tua relação com a tecnologia em teus trabalhos?
Eu uso a tecnologia sempre a serviço do que desejo/preciso fazer, nunca o contrário. É uma ferramenta que utilizo, de maneira bem prosaica até. Não tenho grande interesse em trabalhos que investiguem as possibilidades da tecnologia. Para mim, quanto mais a tecnologia permaneça invisível no trabalho, melhor. Se tenho alguma idéia que precise de uma tecnologia que não domino para se efetivar, procuro ajuda: às vezes aprendo e faço sozinha, outras vezes trabalho junto a alguém que tenha o domínio necessário para o que quero fazer.
Tens alguma ligação com algum coletivo?Me fala um pouco sobre teu trabalho com a artista Cinthia Marcelle.
A minha parceria com a Cinthia começou em 1998, de uma forma muito espontânea. Ela me convidou para ajudar-la em um trabalho, e acabamos fazendo o trabalho juntas. Daí foram surgindo novas idéias, e percebemos que tínhamos, juntas, uma dinâmica e um interesse muito diverso de nossos trabalhos individuais. A parceria não foi uma decisão nem uma estratégia, simplesmente aconteceu. O trabalho em dupla é muito prazeroso, e nos dá a possibilidade criar a partir de um outro ponto de vista, que é este terceiro que surge do encontro. Os trabalhos da dupla costumam ter uma uma inserção mais urbana que o meu próprio trabalho, que explora uma escala mais íntima.
2 comentários:
trabalho maravilhoso o da marilá,amei.passeando pelo blog de skate.abraços dani.
"O rio que eu sou / não sei / ou me perdi". ... Max Martins. Bj Dani.
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