segunda-feira, 29 de novembro de 2010

8º Colóquio de Fotografia e Imagem

30/Nov a 04/Dez/2010.

CURSO ARTE CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA

O Museu Casa das Onze Janelas, informa que estão abertas as incrições para o CURSO ARTE CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA [ em torno de novas histórias] com Armando Queiroz.

O projeto "em torno de novas histórias- leituras de um acervo", visa apresentar,sob forma de cursos de curta duração, uma leitura da arte brasileira dos últimos 50 anos. Sua originalidade reside no modo como tais cursos se articulam e no seu processo de organização: cinco curadores emergentes formam um grupo de pesquisa dedicado ao estudo das coleções MAC-Niterói e João Sattamini ( ambas abrigadas no Museu de Arte Contemporânea de Niterói)

Dias 01,02 e 03 de dezembro, de 18h às 21h no Museu Casa das Onze Janelas.

Incrições gratuitas, através do e-mail onzejanelas@gmail.com, pelo fone: 40098825 , na administração do museu (de 10 às 18h) ou no dia e horário da abertura.

Museu Casa das Onze Janelas
Praça D. Frei Caetano Brandão s/nº - Cidade Velha - Belém/PA

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Encontros para Formatação de Projetos Audiovisuais


O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, lança 10 editais inéditos para profissionais e estudantes do setor e amplia seu escopo de atuação. Será destinado um investimento total de R$ 30 milhões à execução dessas ações. O novo leque de atuação da SAv está integrado ao Fundo ProCultura de Incentivo à Inovação Audiovisual (FPIIA). A previsão para a publicação dos editais no Diário Oficial da União é até o final 2010. Todos os programas serão realizados com a valorização do desenvolvimento de processos criativos, não apenas de produtos, por meio de programas de qualificação e aprimoramento profissional, pesquisas, oficinas e workshops. São eles: ProCultura VideoDança, ProCultura Autor Roteirista, Laboratório ProCultura Sonhar TV, ProCultura Inter/Curtas, ProCultura UniverTV, ProCultura VideoClipe, ProCultura LOC Brasil, ProCultura Telefilmes de Invenção no Gênero, ProCultura Curatori e Procultura Coletivos Criativos. Guiados pela ideia de economia criativa, que entende que o maior patrimônio são as pessoas e suas habilidades para criar, os programas foram constituídos para ampliar o mercado e atingir segmentos antes não contemplados pelas políticas audiovisuais - como videolocadoras, universidades e curadores - e promove a interação do audiovisual com outras artes - como literatura, música, dança, por exemplo -, conquistando assim novos talentos e novos públicos para a atividade audiovisual. Segundo o Secretário do Audiovisual, Newton Cannito, "cabe ao setor público criar mecanismos que estimulem uma reorganização do nosso setor que promova a reunião dos novos talentos - com direitos patrimoniais garantidos - e o desenvolvimento de projetos capazes de se sustentar fora do protecionismo estatal de isenção fiscal". A SAv acredita que os artistas e produtores brasileiros estão em uma posição estratégica dentro do cenário contemporâneo das indústrias criativas. Neste sentido, o audiovisual precisa de ações que potencializem a convergência tecnológica e de linguagens como o cinema, a televisão, a produção radiofônica, o vídeo, a fotografia, a dança entre outros. Para isso, será preciso renovar práticas, desenvolver novas percepções éticas e estéticas e atentar para os hábitos culturais da população para dar conta das demandas simbólicas deste novo tempo.

Fundo ProCultura de Incentivo à Inovação Audiovisual

Faz parte do conjunto de oito fundos que integram o Fundo Nacional da Cultura. Ao todo serão investidos, até o final de novembro, R$ 300 milhões nas atividades culturais e artísticas do Brasil, sendo destinados R$ 30 milhões para o setor audiovisual.

Dentre as principais diretrizes do FPIIA estão atuar em gargalos existentes no setor; estimular novos modelos de negócios e formatos; aperfeiçoar a competência artística, técnica, gerencial e financeira das empresas brasileiras; incentivar o aperfeiçoamento na formação e os processos de intercâmbio; promover o acesso da população aos bens e serviços e aprimorar a preservação e a restauração da memória audiovisual.

O Fundo de Incentivo a Inovação está norteado por cinco linhas de apoio, sendo elas, Fomento à Produção Audiovisual e ao Desenvolvimento de Projetos e Processos Criativos; Organização e Distribuição de Conteúdos Audiovisuais; Pesquisa, Educação e Criação; Promoção e Acesso a Conteúdos Audiovisuais; e Infra-estrutura audiovisual.

Informações: (61) 2024-2265 ou (11) 3088-4252.

(Assessoria de Comunicação SAv/MinC)

E para atender essa demanda no Pará. A Caiana Filmes fará encontros todos os sábados, aberto ao público em geral, até final de março de 2011 para formatação de projetos audiovisuais destinados a estes editais

Interessados devem entrar em contato :

Caiana Filmes
Rua Diogo Moia, 986 · Umarizal · Belém · Pará · 66055170
Tel: (91)33434252 / 33434254

GAMBIARRA

http://vimeo.com/6376466








Patrocinada pela Vivo, a exposição Gambiólogos: exposição coletiva sobre a gambiarra nos tempo do digital acontece de 19 de novembro a 15 de dezembro, no Espaço Centoequatro, em Belo Horizonte. Aliando tecnologias de ponta com processos de trabalho artesanais, os artistas Fred Paulino, Lucas Mafra e Paulo Henrique “Ganso” Pessoa desenvolvem objetos baseados na ciência da gambiarra: a Gambiologia, cultura do design integrado à reutilização, dentro de um contexto digital. Fred Paulino reuniu as obras do Coletivo Gambiologia às de outros artistas nacionais e estrangeiros para realizar a mostra que reúne obras que, de maneiras diversas, articulam os conceitos da Gambiologia. Os trabalhos vão além da gambiarra tradicional. São geralmente produzidos a partir da adaptação e reinvenção de materiais de uso cotidiano aliados a formas de tecnologias com maior ou menor nível de sofisticação. Dentre os destaques a se apresentar, o público poderá conferir a primeira apresentação no Brasil do projeto Eyewriter, que permite artistas que sofreram paralisia desenharem com os olhos. Vencedor do prêmio principal “Golden Nica” no Ars Eletronica (Áustria), um dos principais festivais de arte eletrônica do mundo, Eyewriter é uma criação coletiva de membros do Free Art and Technology (F.A.T. Lab), Open Frameworks e do Graffiti Resarch Lab, e estará representado pessoalmente pelo artista Evan Roth, que traz ao Brasil também seu projeto Graffiti Analysis, de mapeamento digital da tipografia do grafittiem culturas diversas.


Fonte: http://blog.premiosergiomotta.org.br/

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ENTREVISTA: [CONJUNTO VAZIO]

Retomamos o espaço de entrevistas com o [Conjunto Vazio]. Eles são de B.H. Tem em sua base de práxis ações, situações, performances, etc. No intuito de buscar horizontalidade nas relações que se propõem a efetivar com a cidade, com a política, com a crítica ao sistema de arte e com os moradores da cidade de B.H. A entrevista foi concedida pelos participantes do "Conjunto"... na verdade, ela foi interceptada pelo "Conjunto"...segue:

1. Como anda o cenário das artes visuais em Belo Horizonte?

As artes visuais em Belo Horizonte continuam como em qualquer lugar do mundo, como uma mercadoria e como tal separada de qualquer parte da vida. Só isso já é o bastante para dar a dimensão do que achamos de um possível mundo da arte em Belo Horizonte. Podemos dizer que há muitas pessoas produzindo, o que por si só não diz nada, sabemos que há a velha guarda que consegue lidar muito bem com o mercado e expor em todo o país, obviamente, são poucos e esses não nos interessam nem um pouco.

Há os mais novos, querendo avidamente adentrar no mercado artístico, digamos que esses muito deles se misturam com práticas mais subversivas da cidade. Por mais que alguns deles tenham interesses para além dos estéticos (por exemplo coletivo Azucrina, grupo Poro, Kaza Vazia e provável que o próprio [conjunto vazio] ), dificilmente conseguem ultrapassar a mentalidade de simplesmente oferecer produtos artísticos.

Interessante notar os espaços de Belo Horizonte, pois formam os nichos de mercado, o das Artes por exemplo, como o próprio nome já diz recebe em sua maioria só grandes exposições ou artistas com uma história mais densa, o que dificilmente sai do senso comum de um espaço elitista.

"É somente agora que reconheço sua beleza e me recuso a aprisionar qualquer parte de minha vida" Performance apresentada no MIP2 (2ª Manifestação Internacional de Performance) de Belo Horizonte.

A Quina Galeria, muito espertamente localizada no Edifício Maletta no centro da cidade, pretensamente trabalha com arte de rua e essas novas manifestações. Não poderíamos esquecer de falar de Inhotim, diversão alienada para toda a família, onde toda a classe média e alta leva suas crianças para sentir o aroma meio apodrecido da arte contemporânea... é interessante notar o fetiche do espaço, por exemplo se alguém pergunta para outra pessoa: "Você já foi a Inhotim?" e a resposta é negativa, quase sempre a reação é "Como assim você nunca foi a Inhotim?!". Lugares fetiche, pontos turísticos definitivamente não nos interessam são lugares mortos. Não podemos esquecer das denuncias de Inhotim como um espaço para a lavagem de dinheiro e outras irregularidades. É claro que isso são boatos mas não me parece de todo falso já que nunca se investiu tanto em arte na história...

Enfim, Belo Horizonte como um mercado de arte é muito rico, com muitos artistas se vendendo por muito menos do que estariam dispostos a pagar por eles.

2.       Vocês sob a alcunha de “Conjunto Vazio”, elaboram colaborativamente alguns trabalhos. Fale um pouco sobre o Conjunto...quando surgiram, quais são as propostas atuais de vocês, etc?
"É somente agora que reconheço sua beleza e me recuso a aprisionar qualquer parte de minha vida"

O [conjunto vazio] é apenas um nome e foi criado em 2006, para agregar os mais diversos interesses. Uma parte do coletivo veio de práticas artísticas (teatro, performance, vídeo, artes visuais) enquanto outra do meio Punk/Hardcore, tendo bandas, fazendo fanzines, participando de coletivos mais diversos (de luta pelos direito dos animais a body suspension, por exemplo). Gostamos muito de brincar que na verdade o [conjunto vazio] é o seu pai que leva os objetos de uma performance de carro e não reclama, sua mãe que empresta manequins ou carrinhos de compra, amigos que são acordados as 4 da manhã pois a pessoa que iria gravar a ação não vai mais. É uma rede de cooperação favorecendo o "faça você mesmo"... enfim, o [conjunto vazio] é simplesmente uma grande desculpa para reunir pessoas em ações comuns, movidas pelo tédio de morar em uma cidade grande que não oferece grandes expectativas, só isso...

As primeiras ações do coletivo ainda guardavam ambições estritamente "artísticas", a partir de 2007 passamos a ter uma preocupação maior na parte teórica e crítica, organizamos debates internos e fomos percebendo cada vez mais uma certa falência de aspirações apenas artísticas e as potências da cidade e ações em seu espaço como meio de mudança da práxis utilitária e cotidiana de seus meios. O que acabou por quase eliminar toda a ala "artística" do coletivo. Atualmente achamos que essa separação começou a ficar um pouco estéril e pessoas com interesses estéticos também voltaram a aparecer.

Nossa proposta sempre foi de aliar prática e teoria, não só fazer ações mas refletir criticamente sobre elas e sobre nosso entorno. Nossos projetos atuais são para justamente evidenciar isso, procurar espaços cada vez menos propícios para que eventos estéticos ocorram, tentando usar tais elementos para criar ruídos que não sejam facilmente absorvidos como "Arte", além disso continuamos com nosso blog onde publicamos textos críticos dos mais diversos assuntos (pretendemos lançar um fanzine com nossos textos, tentando retomar um pouco a idéia de material impresso que era tão comum no hardcore/punk e que se perdeu).

Na verdade, nós só queremos tomar o poder e mudar o mundo, mas se isso não for possível e não conseguirmos que sejam ao menos tardes divertidas e não tediosas.

3. Como se dá o processo de criação de vocês, ele é realmente horizontal? Ou é meio inclinado?

Ótima pergunta e muito capciosa, ela envolve uma complexa relação, cheia de sentidos e armadilhas, como a relação de "grupo" e principalmente de "coletivo" (forma de organização que já virou um senso comum na arte contemporânea). Primeiramente é importante notar que vemos o "coletivo" como um tipo de relação muito mais promiscua e maleável do que por exemplo "grupos de teatro", " ou até mesmo "bandas" (isso sem falar de "partidos"). Tal caráter maleável sempre nos interessou muito, a capacidade de receber novas pessoas e propostas, tanto quanto a capacidade nomadizar. Por isso usamos o termo "coletivo". A noção de "horizontal" é justamente a tentativa de acabar com relações de poder tão comum nesse tipo de prática (podemos citar: diretor, autor, compositor, líder do partido), é óbvio que não negamos que possa haver liderança (nunca líderes) mas isso dentro do coletivo também se mostrou passível de críticas. Então pensamos que se não é horizontal se dá nessa tensão para tentar ser.

Nossas ações são sempre pautadas em plágios (não há nada de novo no mundo), então o que fazemos é roubar e refazer tudo que achamos interessante. A partir dessa idéia/ação roubada ela é compartilhada, a partir daí começamos a nos encontrar e discutir para que possamos efetivar esse projeto, nesse instante acredito que seja realmente horizontal, afinal assim como não esperamos que os outros nos levem a sério, também não nos levamos... então não há idéia, projeto ou ação sagrada e inquestionável, ela se dá no processo.

4. Gostaria que vc pudesse tecer um comentário sobre o trecho de um livro do Bourriaud, que achamos ter haver com esse papo aqui. Ele fala sobre arte relacional,coletivos, trabalhos em grupo e tal...“Essas práticas artísticas relacionais têm sido objeto de uma crítica constante: como elas se limitam ao espaço das galerias de arte, estariam contradizendo esse desejo de socialidade que funda o sentido delas. Assim são criticadas por negar os conflitos sociais, as diferenças, a impossibilidade de comunicação num espaço social alienado(...)”

Alma prisão do corpo (arquitetura da destruição) Improvisões 2006.

Não podemos, primeiramente, deixar de fazer um pequeno parêntese: não somos artistas, não nos vemos assim dentro do coletivo, apesar de trabalhar com elementos , não acreditamos que o que fazemos é arte, isso por si só nos afastaria um pouco de Bourriaud. Sobre ele, apesar de estar totalmente imerso no mundo da arte nesse aspecto vai direto ao ponto, já que grande parte dos artistas com pretensões que vão para além da Arte esquecem, primeiramente, dessa afinidade entre arte e a mercadoria, depois que a Arte quase sempre exige espectadores, nada mais longe de uma real e efetiva comunicação que espectadores passivos consumindo Arte em museus, teatros, cinemas, etc. ...

Não sei o quanto conseguimos escapar disso (e na verdade adoraríamos ser cooptados e ganhar para fazer o que fazemos de graça) mas é essa nossa luta constante, desvincular Arte e estética, e utilizar justamente essas criações estéticas para tentar subverter o cotidiano entediante.

5. Vocês aí em B.H. tiveram até algum tempo atrás, ótimas experiências com um outro projeto chamado espaço “Ystilingue”. O que ele se propunha a fazer e como funcionava?

(é importante destacar que o que enunciamos sobre essa história recente das movimentações e dos espaços em BH é uma visão particular do coletivo, não pretendem encerrar e nem dar a palvra final sobre o que de fato são essas praticas)

O Ystilingue está inserido em meio a muitas movimentações daqui de Belo Horizonte. É difícil explicar o espaço e muito menos pretender falar o que é o Ystilingue então nosso relato é parcial e intransferível . É difícil falar do Ystilingue sem citar por exemplo o Domingo Nove e Meia, que é um evento anti-capitalista, horizontal feito todo último domingo do mês debaixo do viaduto Santa Teresa, as vezes com shows, debates, pic-nics veganos ou simplesmente um ponto de encontro. Foi através dele que muitas pessoas se conheceram e começaram a se juntar e movimentar. Também dos encontros do Domingo Nove e Meia que surgiu a idéia de uma Loja Grátis, que foi fechada recentemente mas perdurou um bom tempo no Mercado Novo de Belo Horizonte, como um espaço que tentava subverter a lógica comum das mercadorias "pagou levou". O grande problema da Loja Grátis foi sua pouca infra-estrutura, não tinha luz por exemplo e a disposição energias para manter a loja foram minguando. Esse espírito de troca ainda se mantêm por exemplo com feiras-livres no Domingo Nove e Meia ou o Baú das Dádivas no Ystilingue.

No começo, há uns bons anos, o Ystilingue era um coletivo de arte, eles mantinham no Maletta esse espaço onde faziam suas ações e organizavam seus projetos. Ao longo do tempo os integrantes começaram a dispersar mas ainda assim mantinham uma programação como o Sabah do Par, onde todo sábado par do mês se reuniam para fazer trocas de filmes, músicas, programas... enfim, a mais pura pirataria. A partir disso que novas pessoas começaram a freqüentar o espaço e a propor novas programações, já que desde a época que o espaço estava vinculado a um coletivo artístico a idéia que o espaço funcionasse como um estilingue projetando os desejos e projetos mais variados. A partir disso, uma rede foi se formando, principalmente com reuniões as segundas-feiras abertas e horizontais para gerir o espaço, a partir disso o Ystilingue virou um espaço e não um coletivo, cujo os freqüentadores determinariam seu uso.

O Ystilingue é um espaço de autogestão, solidariedade e experimentação, um espaço no centro de Belo Horizonte com biblioteca, videoteca, uma lanchonete vegana, um espaço realmente em constante movimento e importantíssimo justamente por isso, por reunir pessoas, desejos e projetos tão distintos. Para quem quiser conhecer mais: http://www.ystilingue.tk/ e o endereço é Avenida Augusto de Lima, sobreloja n°35 do Edifício Maletta, centro de Belo Horizonte

6. Quais concepções ou nomes influenciaram ou influenciam as ações do “Conjunto Vazio”?

Certa vez uma jornalista escrevendo sobre o coletivo, na época da nossa performance chamada  "Esperando Debord" perguntou se tínhamos uma influência de Samuel Beckett, respondemos que éramos mais influenciados pelo Sex Pistols. Para além da ironia e rebeldia juvenil, não podemos deixar de vê-los como uma real grande influência, principalmente pelo seu cinismo. O punk de certa forma deu ao coletivo historicidade(e talvez a toda uma geração),  uma espécie de linhagem, através dele tomamos conhecimento das vanguardas históricas e todo um pensamento subterrâneo que deságua no punk. O punk talvez tenha nos dado a mais importante influência e prática,  o  DIY/Faça você mesmo, aprendemos a não esperar que ninguém realize nada por/para nós.
Além do punk, sempre voltamos ao dadá, Internacional Situacionista (talvez nossa influência mais óbvia), Provos e também toda uma tradição anarquista e de pensamento político radical. Filósofos do pós-estruturalismo (Deleuze & Guattari, Foucault, Lyotard, Agamben), Teoria Crítica e o chamado pós-marxismo tambem perpassam nossas discussões. Fomos muito influenciados pela Crimethink, Coletivo Entreaspas, Coletivo Cisma, Coletivo Gato Negro (principalmente em sua fase como um Centro Anti-cultural), Coletivo Acratico Proposta (CAP), sendo esse últimos três, coletivos importantíssimos em Belo Horizonte, do qual nós nos sentimos um pouco herdeiros. No campo "artístico" o Teatro da Vertigem e vários artistas da performance art são importantes para nós.






Eu me vendo por muito menos do que você paga.
"Eu me vendo por muito menos do que você paga" Depois de convidados a se retirar do Festival de Cenas Curtas, nos apresentamos na rua em frente ao Galpão Cine Horto

Pode parecer uma lista inflacionada e pretensiosa, mas conseguimos ver uma grande relação entre esses elementos, mesmo que pareçam tão díspares. No geral gostamos de tudo que é de mal gosto, ambiguo e idiota... gostamos disso porque é o que somos.

7. Vocês já tiveram algum problema de inviabilização de idéias por conta da burocratização nas instituições artísticas de B.H. ou em algum outro lugar?

Constantemente. Somos um coletivo que já pensa suas ações planejando suas linhas de fuga... a proposta é sempre organizada de uma forma que tenha planos de escape. Muitas vezes nossas ações só parecem ser "perigosas" para nós mesmos, mas achamos importante pensar nisso, já que os efeitos podem ser imprevisíveis (e por mais que pareça, não queremos ser presos).

 "A ilha" Outubro de 2009

Nunca tivemos nenhuma ação inviabilizada até porque somos do tipo que ao prever qualquer tipo de barreira, esconde as reais motivações. Isso aconteceu mais nitidamente nas duas edições que participamos do Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto, com as performances "Esperando Debord" e "Eu me vendo por muito menos do que você paga". Já sabíamos que a produção não permitira metade das coisas que queríamos fazer e era importante que ninguém fora do coletivo soubesse sobre o que se tratavam as performances. No caso do "Eu me vendo..." foi um pouco mais grave, pois por um golpe do destino fomos a segunda cena mais votada dos 4 dias de festival (detalhe: comprávamos os votos) sendo assim deveríamos participar da temporada das cenas vencedoras. É óbvio que não fazia sentido apresentarmos a mesma performance, então, uma nova performance foi apresentada e era levemente mais caustica, provocativa e não menos infantil ocasionando um mal-estar tremendo nos bastidores.

O que levou o Chico Pelúcio (integrante do Grupo Galpão e diretor do Galpão Cine Horto) a nos ligar convidando o [conjunto vazio] a se retirar do evento. Como somosenfant terribles isso foi um presente, passamos a fazer a performance na intna rua, em frente ao Galpão Cine Horto, já que eles não se dispuseram nem ao menos explicar em público qual a real razão por sermos retirados do evento (perceba aqui a imensa alegria que essa pequena polêmica causou no coletivo) . Esse fato ocasionou nossa provável exclusão eterna do meio teatral belohorizontino.

O fato, é que não sofremos com a burocratização nem das instituições e nem do poder publico, simplesmente porque não pedimos autorização e por mais que queiramos ser uma ameaça ninguém liga para um bando de jovens brincando de revolucionários no final de semana.

8. Belo Horizonte parece ter um cenário bastante ligado às ações de rua, intervenções e situações. Vc vê isso como resultado do quê? Sabemos que existem poucos salões de arte e bolsas de incentivo as Artes Visuais por aí...

Na verdade achamos que isso é uma tendência na Arte mundial, já que qualquer um que acompanhe o site do Wooster Collective, por exemplo, sabe do que estamos falando. É claro que em Belo Horizonte existem pessoas trabalhando com arte de rua a um bom tempo, além disso a cidade tem um histórico antigo e forte de teatro de rua. Isso tudo cria um cenário mais propicio.

Houve anos atrás um boom de sticks e stencils pela cidade e muitas coisas legais invadiram as ruas, o problema que víamos nisso depois de um certo tempo é que de certa forma tais intervenções deixaran de dialogar com a cidade, passaram a transformá-la em tabula rasa ou encará-la como um museu a céu aberto. Certa vez, nos deparamos com um stick que era a própria foto do criador desse stick com a tag(assinatura) dele, começamos então a pensar o quanto isso é semelhante aos trabalhos publicitários, não era uma subversão ou uma piada com propagandas era uma total assimilação de um modo de promoção (no caso de auto-promoção). Isso parece imperar nos trabalhos de Arte na rua, pois usam a rua como se fosse um "palco" ou "museu", o que para nós soa um jeito pouco crítico de apropriação.

Sintomático foi em 2008 o Bolsa Pampulha, bolsa destinada a jovens artistas do Museu de Arte da Pampulha ter uma edição voltada apenas para a Arte Urbana, nos parece não só uma falência do modelo tradicional dos museus como um alinhamento dessa tendência cada vez maior do espaço, principalmente a cidade, como um ponto central da Arte. Sem cair em um marxismo raso, parece que as condições materiais tem levado os artistas a irem cada vez mais para a rua pois parece ser o único espaço possível, afinal são pouco que conseguem a chancela de um museu, por exemplo.

"Dia sem compras". Novembro de 2007

Para além do âmbito estritamente artístico, tem várias ações acontecendo nas ruas de Belo Horizonte, desde o já citado Domingo Nove e Meia, shows debaixo do Viaduto Santa Teresa, Batalha de MC's, Bicicletada, a Praia da Estação. Inclusive a Praia da Estação veio afrontar os mandes e desmandes do prefeito Marcio Lacerda que arbitrariamente proibiu qualquer tipo de evento na Praça da Estação (justamente a praça arquitetonicamente construída para isso), o que gerou primeiro debates e depois a chamada de uma ação propositalmente anônima, horizontal e autônoma (inspirada não só na "Ilha", ação em rotatórias feitas pelo [conjunto vazio], mas que remetiam a uma ação muito antiga do Grupo Galpão na Praça Sete, como ao projeto "Lotes Vagos" e aos eventos em rotatórias do coletivo Azucrina). A Praia tornou-se surpreendente em seu tamanho já que o esperado eram poucas pessoas e se transformou em algo para além de qualquer expectativa e mais do que isso, permitiu novas articulações, debates e encontros em Belo Horizonte. O que era uma chamada anônima e uma ação localizada, transformou em uma ocupação de todos os finais de semana na praça. Nosso caminho atual seja esse, caminho que a Praia evidenciou, tentar aliar elementos estéticos, críticos, políticos e esse dialogo com a cidade.







9. Encontramos um vídeo de uma banda chamada Fadarobocoptubarão, com uma participação de um dos integrantes do coletivo no Youtube (http://www.youtube.com/watch?v=4TNoEnw-MBg ). Gostaria que você comentasse essa cena puramente masoca rsrs...



Como falado, somos muito mais influenciados pelo Sex Pistols do que Samuel Beckett, mais por Iggy Pop do que Gina Pane e mais ainda, muito mais por GG Allen do que pelo Accionismo Vienense. Tal video, inclusive gravado no Domingo Nove e Meia, mostra nossas desenvolvidas e brilhantes técnicas por uma Body Art totalmente faça você mesmo. O video evidencia como somos uma juventude cliche e leitores de Chuck Palahniuk.


http://www.comjuntovazio.wordpress.com/



Mais informações sobre o Conjunto, clique AQUI.
 
Veja também as entrevistas com Alexandre Sequeira e Murilo Rodrigues

volksboutique




Christine Hill




http://www.volksboutique.org/index.shtml

"O Samurai" de Jean Pierre Melville



Cine CASA apresenta "O Samurai", de Jean Pierre Melville, neste sábado, 27, às 18h30, com entrada franca.

Em “O Samurai”, Alain Delon interpreta um taciturno e meticuloso assassino profissional. A produção franco-italiana de 1967 está entre os 100 melhores filmes de todos os tempos segundo a Revista Empire e começa a ser exibida às 18h30, com entrada franca.

Jeff Costello, interpretado por um magnífico Alain Delon, segue um rígido código de conduta para evitar que seja pego ou reconhecido após a execução de seu trabalho. Solitário, a única companhia com que conta é a da namorada Jane Lagrange (interpretada por Natalie Delon, esposa do ator na vida real), que o ajuda a construir seus álibis.

Mesmo planejando todos os seus assassinatos com extremo cuidado, uma noite ele comete um erro ao ser surpreendido por uma testemunha – Valerie (Cathy Rosier), a pianista de um bar noturno. Com a identidade exposta, passa a ser cada vez mais pressionado tanto pela polícia quanto pelos seus empregadores. Simultaneamente, desenvolve uma relação cada vez mais intensa com a pianista.

Luah Sampaio, integrante da Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC) e curadora da sessão, comenta o filme: “Sentimos muito frio com a fotografia; um frio vindo de dentro, dos países gelados do norte, da mente daquele homem. Ele é o assassino perfeito, intransponível e respirando morte. Sua espada de Samurai é a câmera e seu aspecto retilíneo. Ele se desmascara e deságua em nossa frente e nos apaixonamos por sua fraqueza - esta que não é uma comum, das de seres humanos: é a de Samurai quando falha em uma missão”.
O clássico de Jean Pierre Melville é cotado como o número 39 dentre os 100 melhores filmes de todos os tempos pela Revista Empire. Sua influência é vasta: desde o cinema de ação comercial de Hong Kong que lhe prestou bela homenagem com “O Matador”, de John Woo; até o cinema independente norte-americano, traduzida em “Cão Fantasma”, de Jim Jamursch.

Serviço
Dia 27 de novembro (sábado), às 18h30, no Centro de Articulação Social e Apoio da Juventude - Av. Gentil Bittencourt, 694, ao lado do Centur. Entrada franca!

Realização: APJCC e Centro de Articulação Social e Apoio da Juventude
Parceria: Rede Norte de Cineclubes

5º MOSTRA DE CINEMA E DIREITOS HUMANOS NA AMÉRICA DO SUL


Em Belém a programação começa nesta quinta, 25, e se estende por duas semanas, no cine Líbero Luxardo, com entrada franca.

A abertura acontece às 19h, com o filme “Abutres”, de Pablo Trapero, numa co-produção Argentina, Chile, França e Coréia do Sul (107 min, 2010, fic.)

Criada em 2006 para celebrar o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos a Mostra vem se firmando como um espaço de reflexão, inspiração e promoção do respeito à dignidade intrínseca da pessoa humana.

O Brasil tem buscado fortalecer a educação e a cultura em Direitos Humanos, visando à formação de uma nova mentalidade para o exercício da solidariedade, do respeito às diversidades e da tolerância. Como expressão artística, o cinema possui uma linguagem própria, capaz de tocar pessoas, despertar sentimentos, sensibilizar olhares e construir identidades comuns. Desta forma, a arte permite conhecer e interagir.

Inicialmente exibida em quatro cidades, a Mostra veio crescendo a cada ano. Esta quinta edição estará presente em 20 capitais brasileiras, percorrendo as cinco regiões do Brasil. No ano passado, registrou um público superior a 20 mil pessoas, em 16 cidades. A estimativa para este ano é que este número seja duplicado, pelo aumento no número de cidades participantes e pelo reconhecimento que o evento já conquistou.

A 5ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é uma realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira, patrocínio da Petrobras e apoio do SESC-SP, da TV Brasil e do Ministério das Relações Exteriores. Com todas as sessões gratuitas, sempre em salas acessíveis para pessoas com deficiência, a Mostra é um convite ao olhar e à sensibilidade cinematográficos, que traduzem temas atuais de Direitos Humanos e despertam a reflexão e a construção de identidades na diversidade.

Prevista no eixo Educação e Cultura em Direitos Humanos do Programa Nacional de Direitos Humanos/PNDH-3, que foi apresentado pelo presidente Lula em 2009, a realização da Mostra possibilita que o cinema seja reconhecido como importante instrumento para o debate, a promoção e o respeito aos direitos fundamentais. Em sua quinta edição, a Mostra já pode ser vista como um marco consolidado no calendário anual dos Direitos Humanos em nosso País. Ela está destinada a prosseguir e se ampliar sempre mais nos próximos anos.

Confira a programação completa de Belém no site:http://www.cinedireitoshumanos.org.br

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ARTE

   CONVIDAMOS VOCÊ!!
   PINTURAS, ESCULTURAS, DESENHOS E OBJETOS!!
   PREÇOS ACESSÍVEIS!!

Em cartaz no Cine SESC Boulevard, Mutum, um filme de Sandra Kogut

Mutum é um local isoldado do sertão de Minas Gerais, onde vivem Thiago (Thiago da Silva Mariz) e sua família. Thiago tem apenas 10 anos e, juntamente com seu irmão e único amigo Felipe (Wallison Felipe Leal Barroso), é obrigado a enxergar o nebuloso mundo dos adultos.

Mutum quer dizer mudo. Mutum é uma ave negra que só canta à noite. E Mutum é também o nome de um lugar isolado no sertão de Minas Gerais, onde vivem Thiago e sua família. Thiago tem dez anos e é um menino diferente dos outros. É através do seu olhar que enxergamos as suas traições, violências e silêncios. Ao lado de Felipe, seu irmão e único amigo, Thiago será confrontado com este mundo, descobrindo-o ao mesmo tempo em que terá de aprender a deixá-lo.

Filmado nas chapadas de Minas Gerais, em pleno sertão mineiro, numa região com poucas estradas e muitos lugares ainda sem energia elétrica. Mas o isolamento da família de Thiago é mais econômico que geográfico. O sertão que se apresenta no filme não é meramente uma região geográfica: é também o interior, o passado, a infância que povoa o imaginário brasileiro.

Serviço:
Cine SESC Boulevard - Mutum
Dias 25 e 26/11 às 19h30
Dias 27 e 28/11 ás 17h00
Local: Centro Cultural SESC Boulevard
End: Boulevard Castilho França, n°522/523
Informações: (91) 3224-5654/5305
ENTRADA FRANCA

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, nordestinos!
Por José Barbosa Junior 

A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.
Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra… outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.
Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.
Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos “amigos” Houaiss e Aurélio) do nosso país.
E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!
Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?
Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial  Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!
E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.
Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…
Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…
E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…
Ah! Nordestinos…
Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.
Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da melhor qualidade!
Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!
Minha mensagem então é essa: – Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”
Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!


 

Endnode


Endnode é uma escultura em rede disposta na forma de uma árvore. Em seus galhos estão colocadas sete impressoras que despejam cópias impressas de emails pelo chão como se fossem folhas ou frutas caídas. A idéia é criar um diagrama físico do funcionamento de uma rede de comunicação. O interessante sobre a instalação é que, na verdade, os emails despejados vêm de uma lista criada especialmente para o projeto, a Endnode Mailing List. Essa lista de emails não possui moderação, porém, seus administradores excluem emails que podem ser prejudiciais ao funcionamento do projeto. A instalação foi criada pela dupla de artistas nova-iorquinos MTAA, Mike Sarff e Tim Whidden, e desenvolvida dentro do programa Eyebeam Atelier em 2002.


Fonte: http://blog.premiosergiomotta.org.br/

sábado, 20 de novembro de 2010

AJUDA


Recebemos este email solicitando ajuda, segue:


Prezados artistas!

Estamos organizando uma Mostra de Arte Solidária, com o objetivo de angariar recursos para o tratamento de uma filha de Claudia e Murilo Nascimento; ela, arquiteta e profissional do patrimônio do nosso estado, e ele, artista visual.

A Cacá tem 16 anos e precisa da nossa ajuda. Os médicos estão tentando diagnosticar uma doença rara e todos os meios possíveis de investigação, em Belém, já foram utilizados. Agora ela terá que viajar para São Paulo em busca dessa resposta.
Avaliem o sofrimento dessa família. Vamos ajudar!

A Mostra será no dia 27 de novembro (sábado) a partir das 17h e receberemos as obras nesse dia pela manhã (a partir das 10h), no Clube da Piada (local onde acontecerá a Mostra), à Rua Soares Carneiro, 815, esquina com a Tv. Curuçá, Belém Pa.

Nomes de artistas já confirmados: Geraldo Teixeira, Maria Christina, Armando Queiroz, Ruma, Elieni Tenório, Nina Matos, Ronaldo Moraes Rêgo, Ricardo Macêdo, Marinaldo Santos, Tadeu Lobato, Francelino Mesquita, João Cirilo, Lúcia Gomes, Carla Beltrão, Danielle Fonseca, Neuton Chagas, Carlos Henrique, Luciana Magno, Murilo Nascimento e Margalho.

Para participar faça contatos pelo e-mail : nina.matos@bol.com.br, ou comente e envie mensagem no facebook, para o perfis de Nina Matos e Armando Queiroz.

Ou pelos contatos : 91xx81070864 (Nina Matos) e 91xx81292018 (Armando Queiroz)

Se preferirem, o trabalho pode ser entregue no Museu da Casa das Onze Janelas, até o dia 26/11 (sexta-feira), de 10h às 18h

OBRIGADO! OBRIGADO! OBRIGADO!

Portal Olhos Negros - Consciência negra no Instituto Nangetu

Imagem: A Negra, de Tarsila do Amaral. 1923.

Portal Olhos Negros - http://www.olhosnegros.org/

Lançamento no dia 20 de novembro - Consciência negra e respeito a Memória de Zumbi doa Palmares. Local: Instituto Nangetu, Tv. Pirajá, 1194 – Marco

Programação

17h – cineclube. Terra deu-terra come, filme ganhador do Amazônia. DOC.

19h – lançamento do site, com: Mesa cerimonial composta com autoridades presentes, lideranças de terreiros, lideranças de quilombos e lideranças do movimento negro urbano.

20h – Apresentação do projeto

21hs – Shou com o Gremio Recreativo Escola de Samba Deixa Falar.

Olhosnegros, expressão que remete ao olhar do e sobre o negro, sobre a cultura negra, sobre a cultura brasileira de herança negra, presente no imaginário da nossa arte e cultura. O portal olhosnegros.org é uma ferramenta que procura a criação de agentes multiplicadores desta cultura e também socializar os centros de cultura afro e projetos vigentes, visando mostrar à sociedade através de redes sociais e projetos de intervenção urbana.

O público alvo corresponde tanto à comunidade afro-descendente da Amazônia, quilombos e terreiros, quanto alunos do 2o. Grau de todas as escolas, independentes se particulares ou públicas, católicas ou laicas. Pois a intenção principal do projeto é que este público conheça e entenda o que é a cultura brasileira afro-desencente na Amazônia, que ela está presente em quase tudo, nas artes das igrejas, na música, na dança, na religiosidade, e assim faça que todos, de todas as raças e condições sociais compreendam essa cultura como parte da cultura paraense, brasileira, nossa.

Glitch Art


Uma das ferramentas de trabalho do artista Hector Llanquin são as múltiplas possibilidades criativas que a Glitch Art pode trazer para a fotogtrafia. Em Sunset (2007), ele realizou uma série de fotografias digitais do pôr-do-sol alteradas por um erro controlado do download. As fotos eram transferidas em bitmap através de um software de mensagens, o Adium, de um lugar para o outro. Depois que o arquivo era completamente transferido o envio do arquivo era abortado. O resultado final é que o bitmap repete os últimos pixels baixados e que completam as dimensões da imagem. Essa parte do processo é administrada através de um monitoramento do processo de download que cessa a transferência do arquivo em certo ponto, criando uma relação entre a imagem e o erro.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Show de lançamento do EP Virtual Mundano +


Sob a perspectiva de divagar no limite entre a letra de música e a poesia, o orgânico e o eletrônico, o som periódico e o ruído, o cantor e compositor paraense Arthur Nogueira apresenta um novo trabalho: o álbum virtual Mundano + (2010).
Composto por cinco canções, o projeto é um plus de Mundano (2009), álbum lançado com incentivos do Projeto Pixinguinha (Funarte). O EP Mundano + está na inclusão de canções inéditas e na experimentação de novas possibilidades sonoras.

Com produção de Arthur Kunz (bateria, percussão e programações), o EP destaca parcerias de Arthur Nogueira com o poeta paraense Dand M em “Mais e Sobre o mundo” e uma faixa experimental “Quase-música”, produzida pelo artista junto a Acácio Canto, ex-integrante da banda Filhos de Empregada (PA). Também fazem parte do álbum as canções “Mundano”, de Vital Lima, e “Ascendente em câncer”, de Filipe Catto e Fernando Calegari.

O conteúdo de Mundano + estará disponível a partir do dia 24 de novembro, incluindo encarte virtual produzido pela artista visual Roberta Carvalho e ensaio fotográfico produzido por Diana Figueroa.

No mesmo dia (24), às 20h, o cantor e compositor paraense sobe ao palco do Teatro Margarida Schivasappa (Centur), para mostrar ao vivo os resultados obtidos durante o processo de concepção e gravação do EP.

Acompanhado de Arthur Kunz e Renato Torres, Arthur Nogueira apresentará além do repertório inédito e das canções de Mundano (2009), uma versão synth para “Melodia Sentimental”, clássico de Heitor Villa-Lobos e Dora Vasconcellos.


Arthur Nogueira


Cantor, compositor e jornalista paraense. Aos 22 anos, possui dois CDs lançados, Arthur Nogueira (2007) e Mundano (2009). Tem parcerias com Antonio Cicero, Vital Lima, Felipe Cordeiro, Maria Lidia, entre outros autores. Além da música, publicou poemas em veículos importantes, como a Revista Cult.

Em 2008, o álbum Mundano foi premiado no tradicional Projeto Pixinguinha, da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Arthur Nogueira foi o único cantor do Pará selecionado para o Prêmio, que incluiu shows de lançamento do CD em três cidades: Belém, Santarém e Bragança.

Produzido por Arthur Nogueira e Maria Lidia, com direção musical de Felipe Cordeiro, Mundano apresenta canções inéditas e versões para clássicos da música brasileira, como “Mal Secreto”, de Jards Macalé e Waly Salomão. Conta ainda com a participação especial da cantora carioca Marina Lima na faixa “Gratuito”.


O trabalho mais recente, o EP virtual Mundano + (2010) é composto por cinco canções. Destacam-se as inéditas “Mais e Sobre o Mundo”, parcerias com o poeta paraense Dand M, e a versão de “Ascendente em câncer”, dos gaúchos Filipe Catto e Fernando Calegari.

Texto: Assessoria de Imprensa
Revisão e Edição: Leylla Melo, da redação





Serviço:

Show de lançamento do EP Virtual Mundano +, de Arthur Nogueira
Data: 24 de novembro (quarta)
Horário: 20h
Local: Teatro Margarida Schivasappa (Centur) – Av. Gentil Bittencourt, 650
Ingressos: R$ 10 (com meia entrada para estudantes, a R$5)


Fonte: http://www.guiart.com.br